O silenciamento da comunidade LGBTTQ+ no telejornalismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2021.e75175

Resumo

Diante do fato de que a cada 19 horas uma pessoa da comunidade LGBTTQ+ é assassinada ou se suicida no Brasil, este artigo visa analisar a cobertura e o silenciamento das demandas da comunidade LGBTTQ+ no telejornalismo. Para tanto, realizou-se um estudo de caso com a maior emissora do Maranhão, a TV Mirante. O corpus é composto por matérias jornalísticas dos três principais telejornais da emissora, entre os anos de 2015 e 2018. Mesclaram-se procedimentos metodológicos quantitativos e qualitativos que permitiram verificar o silenciamento das notícias sobre este grupo social e de suas demandas em um dos estados onde mais morrem pessoas da comunidade LGBTTQ+.

Biografia do Autor

Ingrid Pereira de Assis, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC - Brasil), com doutorado sanduíche na Universidade de Aveiro (Portugal); mestre em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA - Brasil); e bacharel em Comunicação Social – Hab. Jornalismo, também pela UFMA, Brasil.

Karla Cristina Ferro Freire, Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA - Brasil); e bacharel em Comunicação Social – Hab. Jornalismo, também pela UFMA.

Melina de la Barrera Ayres, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Professora do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pós-Doutora em Jornalismo pela UFSC e Doutora em Ciências Humanas pelo Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Publicado

31.05.2021

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Seção

Artigo Eixo Temático: (Re)discutindo sexualidade: corpo, prazer e desejo em tempos conservadores