Narrativas que naturalizam violências: reflexões a partir de entrevistas com homens sobre violência de gênero
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2020.e72407Resumen
Este artigo versa sobre a construção de subjetividades, masculinidades e violência contra mulheres. O estudo reflete acerca da associação entre violência e masculinidade nas narrativas de homens. Nossos eixos teóricos são os estudos de gênero e as teorias feministas de base construcionista social e pós-estruturalista. O material foi obtido por entrevistas em profundidade com homens acusados e não acusados de exercer violência de gênero. A partir de sua transcrição e codificação, foi analisado tomando como base o estudo de narrativas (temática e estrutural). A violência de gênero aparece associada a significados sobre a posse da mulher, diferenciações de gênero relacionadas a racionalidade e emoção, dominação e culpabilização da mulher pela violência. Como conclusão, destacamos a importância de problematizar significados que contribuem para sustentar e reproduzir as violências de gênero ao intervirmos de forma comunitária e/ou institucional, em especial aquelas legitimadas por masculinidades tradicionais nas quais a violência parece ser parte constituinte.
Citas
BEIRAS, Adriano. La (de)construcción de subjetividades en un grupo terapéutico para hombres autores de violencia en sus relaciones afectivas. 2012. 378 f. Tese (Doutorado em Psicologia) - Universitat Autònoma de Barcelona, Barcelona, Espanha.
BEIRAS, Adriano; BENVENUTTI, Mateus Pereira; TONELI, Maria Juracy Filgueiras. Os feminismos como ferramentas teóricas e epistemológicas no trabalho com homens autores de violência contra mulheres - reflexões e debates nos contextos brasileiro e espanhol. In: Strey, Marlene Neves; Cúnico, Sabrina Daiana (Eds.). Teorias de Gênero, Feminismos e Transgressão (pp.204-218). Porto Alegre: EdiPUCRS, 2016.
BEIRAS, Adriano et al. Políticas e leis sobre violência de gênero - reflexões críticas. Psicol. Soc. Belo Horizonte, v. 24, n. 1, p. 36-45, 2012. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822012000100005&lng=en&nrm=iso . Acesso em: 20 de mar. 2020. https://doi.org/10.1590/S0102-71822012000100005 .
BEIRAS, Adriano; CANTERA, Leonor Maria. Narrativas personales, construcción de masculinidades: aportaciones para la atención psicosocial a hombres autores de violencia. Psico. Porto Alegre, v. 43, n. 2, p. 251-259, 2012. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/10023/8035. Acessado em: 02 Fev. 2020.
BONINO, Luis. (2004). Micromachismos. Revista Cibeles, v.1, n. 2, pp. 1-5. Disponível em: http://igualdad.us.es/pdf/redvoluntariadoviolencia/2016/RedVoluntariadoVG-2016_sesion-2_PDI_PAS_Los_micromachismos-Bonino.pdf. Acessado em: 01 mar. 2020.
BONINO, Luis. (2008). Micromachismos - el poder masculino en la pareja “moderna". In LOZOYA, José Angel; BEDOYA, José María (Eds.), Voces de hombres por la igualdad (pp. 89.109). Disponível em: https://vocesdehombres.files.wordpress.com/2008/07/micromachismos-el-poder-masculino-en-la-pareja-moderna.pdf. Acessado em: 17 fev. 2020.
BOURDIEU, Pierre. La dominación masculina. Barcelona: Editorial Anagrama, 2003
BURR, Vivien. Introducció al construccionisme social. Barcelona: Universitat Oberta de Catalunya, 1996.
BUTLER, Judith. Deshacer el género. Barcelona: Paidós, 2006.
BUTLER, Judith. Gender trouble: feminism and the subversion of identity. New York: Routledge, 2016a.
BUTLER, Judith. Bodies that matter. On the discursive limits of “sex”. New York: Routledge, 2016b.
CONNELL, Robert William. La organización social de la masculinidad. In: VALDÉS, Teresa; OLAVARRÍA, José (Eds.). Masculinidades (pp.31-48). Santiago: Isis Internacional. FLACSO Chile, 1997.
CONNELL, Robert W.; MESSERSCHMIDT, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 241-282, 2013. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2013000100014&lng=en&nrm=iso . Acesso em 18 de março de 2020. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000100014.
EMERSON, Peter & FROSH, Stephen. Critical narrative analysis in psychology: a guide to practice. London: Palgrave Macmillan, 2009.
GELDSCHLÄGER, Heinrich; GINÉS, Oriol; PONCE, Álvaro. Grupo psicoterapêutico con hombres que ejercen violencia de género. In: CORTÉS, Neus Roca; SERRA, Júlia Masip (Eds.). Intervención grupal en violencia sexista (pp.344-368). Barcelona: Herder Editorial, 2011.
GERGEN, Kenneth. An invitation to social construction. London: Sage, 1999.
GERGEN, Kenneth; GERGEN, Mary. Construcionismo social. Um convite ao diálogo. Rio de Janeiro: Instituto Noos, 2010.
GERGEN, Mary. Feminist reconstructions in psychology. Narrative, gender, and performance. Thousand Oaks, California: Sage, 2001.
GOOLISHIAN, Harold; ANDERSON, Harlene. Narrativa e self: alguns dilemas pós-modernos da psicoterapia. In: SCHNITMAN, Dora Fried. Novos paradigmas, cultura e subjetividade (pp.191-203). Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.
GROSSI, Miriam Pillar, HEILBORN, Maria Luiza; RIAL, Carmen. Ponto de vista: entrevista com Joan Wallach Scott. Revista Estudos Feministas, v. 6, n.1, p. 114-124, 1998. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/12037/11314. Acessado em: 18 jan 2020.
HAMMACK, Phillip; PILECKI, Andrew. Narrative as a root metaphor for political psychology. Political Psychology, 1-29, 2012. Disponível em: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.924.3525&rep=rep1&type=pdf. Acessado em: 15 mar. 2020. Doi: 10.1111/j.1467-9221.2011.00859
HOLSTEIN, James A.; GUBRIUM, Jaber F. The self we live by. Narrative identity in a postmodern world. New York: Oxford University Press, (2000).
IBAÑEZ, Tómas. Psicología social construccionista. México: Universidad de Guadalajara, 2001.
ÍÑIGUEZ, Lupicinio; SIXTO, Felix Vásquez; UBACH, Teresa Cabruja I. Cómo construimos el mundo: relativismo, espacios de relación y narratividad. Anàlisi: Quaderns de comunicació i cultura, v.1, n. 25, 61-94, 2000. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/28051592_Como_construimos_el_mundo_relativismo_espacios_de_relacion_y_narratividad. Acessado em: 14 mar. 2020.
KAUFMAN, Michael. The construction of masculinity and the triad of men's violence. In: KAUFMAN, Michael (Ed.). Beyond patriarchy. Essays by men on pleasure, power, and change (pp.01-29). Toronto/ New York: Oxford University Press, 1987.
KAUFMAN, Michael. Las experiencias contradictorias del poder entre los hombres. In: VALDÉS, Teresa, OLAVARRÍA, José (Eds.). Masculinidades (pp. 31-48). Santiago: FLACSO/ISIS Internacional, Ediciones de las Mujeres, 1997.
MAFFESOLI, Michel. A parte do diabo. Resumo da subversão pós-moderna. Rio de Janeiro: Record, 2004.
NOGUEIRA, Conceição; NEVES, Sofia; BARBOSA, Carlos. Fundamentos construcionistas sociais e críticos para o estudo do gênero. Psicologia: Teoria, Investigação e Prática, v. 10, n. 2, 01-15, 2005. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/3954/1/artigo%20fundamentos%20construcionistas.pdf. Acessado em 15 mar. 2020.
QUINTEROS-TURINETTO, Andrés; CARBAJOSA-VICENTE, Pablo. Hombres maltratadores: tratamiento psicológico de agresores. Madrid: Grupo 5 Acción y Gestión Social, 2008.
RIESSMAN, Catherine Kohler. Narrative analysis. Newburry Park. California: Sage, 1993.
RIESSMAN, Catherine Kohler. Analysis of personal narratives. In: GUBRIUM, Jaber. F.; HOLSTEIN , James. A. (Eds). Handbook of interview research: context & method (pp.695-710). London: Sage, 2001.
RIESSMAN, Catherine Kohler. Narrative methods for the human sciences. California: Sage, 2008.
ROCHA-COUTINHO, Maria Lúcia. A narrativa oral, a análise de discurso e os estudos de gênero. Estud. psicol., Natal, v. 11, n. 1, p. 65-69, 2006. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2006000100008&lng=en&nrm=iso . Acesso em 18 de março de 2020. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2006000100008
SANTOS, Luis; NOGUEIRA, Conceição. Sexualidades masculinas, expressão emocional e afectiva: das (im) possibilidades construídas, às experiências de opressão. In: SANI, Ana Isabel (Ed). Temas de vitimologia. Realidades emergentes na vitimação e respostas sociais (pp.115-134). Coimbra: Almedina, 2011.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, 1995. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721. Acesso em 18 de março de 2020.
SEIDLER, Victor J. La sinrazón masculina. México: UNAM/Paidós/PUEG/CIESAS, 2000.
SEIDLER, Victor J. La violencia: ¿el juego del hombre? In: Rodríguez, Juan Carlos Ramírez; Vázquez, Griselda Uribe (Eds.). Masculinidades. El juego de género de los hombres en el que participan las mujeres (pp. 113-129). Madrid: Plaza y Valdés, 2009.
WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Revista Estudos Feministas, v. 9, n. 2, 460-482, 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ref/v9n2/8635.pdf. Acessado em: 18 mar. 2020.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2020 Adriano Beiras, Mateus Pereira Benvenutti, Maria Juracy Filgueiras Toneli, Camila Maffioleti Cavaler
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en esta revista concuerdan con los siguientes términos:
Los autores y las autoras mantienen los derechos autorales y conceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licencia Creative Commons - Atribución 4.0 Internacional que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría y publicación inicial en esta revista.
Los autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
Los autores tienen permiso y son estimulados a publicar y distribuir su trabajo online después de su publicación (ej.: en repositorios institucionales o en su página personal) ya que eso puede aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (Ver El Efecto del Acceso Libre).