As relações das meninas com os saberes das lutas nas aulas de Educação Física

Autores

  • Marcos Roberto So Instituto Federal do Sul de Minas Gerais - Campus Pouso Alegre
  • Mariana Zuaneti Martins Universidade Federal do Espírito Santo
  • Mauro Betti Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8042.2018v30n56p29

Resumo

Com base na teoria da “relação com o saber” de Bernard Charlot, esta investigação teve como
objetivo analisar as relações de sentido e a mobilização das meninas com os saberes das lutas.
Para tanto, este estudo utilizou: (i) observação de aulas do conteúdo judô em uma turma do 7º
ano do Ensino Fundamental; e (ii) entrevistas semiestruturadas com 17 alunos da turma. Os
resultados indicaram menor mobilização das meninas em comparação aos meninos. Os
elementos desfavoráveis à mobilização feminina foram separados em três categorias: (i) a
masculinização e o machismo na luta; (ii) o medo de se machucar; (iii) vergonha de se expor.
Ressaltar as dificuldades do tema gênero e lutas não significa descartá-las do processo
pedagógico, por isso, concluímos o artigo apontando a criação de experiências que subvertam
e transgridam tais barreiras.

Biografia do Autor

Marcos Roberto So, Instituto Federal do Sul de Minas Gerais - Campus Pouso Alegre

Mestre em Educação pela UNESP-Presidente Prudente

Professor do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS)

 Pouso Alegre-MG

Mariana Zuaneti Martins, Universidade Federal do Espírito Santo

Doutora em Educação Física pela UNICAMP

Professora Adjunto A da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), do Departamento do Desporto

Vitória-ES

Mauro Betti, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Doutorado em Educação pela UNICAMP, Livre-Docência pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e Pós-Doutorado pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Bauru-SP

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Publicado

2018-11-29

Como Citar

So, M. R., Zuaneti Martins, M., & Betti, M. (2018). As relações das meninas com os saberes das lutas nas aulas de Educação Física. Motrivivência, 30(56), 29–48. https://doi.org/10.5007/2175-8042.2018v30n56p29

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