Dos lucros que Deus for servido dar: sociedades e organização produtiva na extração aurífera do espaço agrominerador de Mariana setecentista (1711-1800)
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2023.e96118Palabras clave:
Mineração, Organização do trabalho, Sociedades mineraisResumen
Neste artigo discutiremos elementos constitutivos do universo minerador que, ao lado de fatores econômicos, estiveram presentes na estruturação do trabalho e na organização produtiva dos empreendimentos minerais do termo de Mariana entre 1711 e 1800. Apontaremos o processo de mineralização do ouro e os tipos de depósitos auríferos para discutirmos a progressiva complexificação da atividade, debatendo sobre as adversidades e dispêndios que permeavam a montagem dos serviços minerais. Destacamos a predominância da exploração de jazidas aluvionais e sua ligação com a conformação paralela de um espaço de produção e trabalho agrícolas, remetendo a um processo de diversificação econômica e construção de um cenário agrominerador. Demonstraremos como as sociedades foram importantes na montagem e condução de empreendimentos minerais/agrominerais, e como sua configuração nos permite compreender o cotidiano do trabalho e da organização da produção aurífera. A análise foi feita a partir de registros notariais dos livros de nota de Mariana, mormente escrituras de compra e venda e de sociedade.
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