Flexibilizações curriculares nas línguas estrangeiras: experiências educacionais junto à estudantes público-alvo da educação especial
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2020.e66804Resumo
A educação especial é uma modalidade de ensino transversal, que perpassa todos os níveis de ensino. Nas instituições educacionais, a atuação dessa modalidade implica a existência de um projeto pedagógico inclusivo e a realização de um trabalho colaborativo entre os docentes da educação especial e das demais disciplinas. O presente artigo objetiva apresentar e discutir atividades flexibilizadas, realizadas com estudantes público-alvo da educação especial, nas aulas da disciplina de língua estrangeira. Este trabalho tem a sua metodologia embasada na investigação qualitativa (GIL, 2010), utilizou-se da análise de conteúdo (BARDIN, 2011) para estudar o planejamento e a aplicação de atividades de língua estrangeira com estudantes público-alvo da educação especial. Elegeram-se duas categorias para análise: características de flexibilização e mediação da aprendizagem. As atividades foram realizadas nos anos de 2015 e 2016, no Colégio de Aplicação/UFSC, com três estudantes adolescentes: um com Paralisia Cerebral e dois com Transtorno do Espectro Autista, que frequentavam as aulas de francês, inglês e alemão, respectivamente. Como principais referenciais que embasam este artigo, têm-se documentos legais e publicações relacionadas à inclusão educacional (BRASIL, 2008, 2011) e à flexibilização curricular (BLANCO, 2004; BRASIL, 1996; GLAT; OLIVEIRA, 2003). Os resultados indicaram a importância da flexibilização das atividades na elaboração dos objetivos propostos e na seleção e mediação dos materiais elaborados, com destaque para as atividades lúdicas e jogos pedagógicos, contemplando as especificidades dos estudantes. Conclui-se que a flexibilização curricular e a mediação adequada propiciaram aprendizagens significativas para os estudantes, nas línguas estrangeiras.
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