Vivências de uma criança trans em contexto de Educação Infantil: direito ao reconhecimento da identidade e do corpo
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e95922Palavras-chave:
Etnografia, Crianças trans, Identidade de gêneroResumo
O presente artigo realiza uma análise acerca da experiência da constituição da identidade de uma criança trans por meio de narrativas que revelam a presença e significação de seu corpo em instituições de Educação Infantil. O estudo apresenta resultados parciais de uma pesquisa de mestrado no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, pautada pelos seguintes objetivos: (1) perceber como uma criança trans narra e constitui sua identidade de gênero e racial, (2) compreender, em processos de interações, como negocia e interpreta as expectativas sociais de gênero, masculinos e femininos, pulsantes em nossa cultura e (3) apreender como a criança significa seu corpo infantil. A pesquisa pautou-se em um cunho etnográfico e os resultados alcançados tratam de como as culturas educativas se diferenciam, e como o espaço educativo é marcado pela transfobia em relação às crianças trans, impactando as interações entre elas e seus pares, bem como com os adultos. Diante disso, propõe-se uma reflexão acerca do desafio que se impõe às instituições educativas de compreender e acolher as dissidências de gênero, promovendo os direitos das crianças trans, de modo a assegurar-lhes uma existência digna e reafirmar sua cidadania como um direito humano inegociável.
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