Acesso de estudantes negras e negros a atividades de monitoria na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-795X.2024.e97267Parole chiave:
Ações afirmativas, Política de cotas, UniversidadeAbstract
Este artigo constitui-se como recorte de pesquisa de dissertação de mestrado em educação e tem como objetivo refletir sobre a inserção de estudantes negros e negras em atividades de monitoria dos cursos de graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A análise centra-se nos dados referentes ao Projetos Especiais de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (PAEPE), que possuem duas modalidades: o PAEPE I, oferece vagas aos estudantes de monitorias para realização de atividades vinculadas ao ensino, pesquisa e extensão com orientação de docentes; o PAEPE II, oportuniza vagas voltadas à realização de atividades administrativas. Para tanto, considera-se a interlocução entre referenciais que tratam de ações afirmativas, política de cotas e o direito à educação da população negra no Brasil, ainda, aspectos que envolvem a realidade vivenciada na UFES a partir da legislação vigente e dos dados do Censo Estudantil para as Ações Afirmativas realizado pela, então, Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Cidadania (Proaeci) em 2022. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos dados são analisados por meio da Análise de Conteúdo de Laurence Bardin (2011) e permitem verificar que existem, ainda, lacunas e dificuldades na efetivação do acesso dos estudantes negros a atividades diversas no contexto da UFES.
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