Lélia e Paulina: uma conexão libertária de discursos feministas em Brasil e em Moçambique

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n2105696

Palavras-chave:

Mulheres negras, Sexismo, Racismo, Poligamia

Resumo

No presente artigo, analiso possíveis semelhanças nos discursos presentes em Niketche: uma história de poligamia (CHIZIANE, 2021) e nas questões levantadas por Lélia Gonzalez (2020) acerca do racismo e do sexismo no ensaio “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. Isso tendo em vista que no “texto”, objeto dos quais partem os sentidos experienciados pelas práticas humanas, vê-se semelhanças em intenções para mudança de postular práticas sociais de opressão de gênero, de classe e de raça, tanto em solo brasileiro quanto em Moçambique. A opressão de gênero em Niketche... e as questões sexistas e racistas estudadas por Lélia Gonzalez compõem uma semelhança social nos dois países, podendo conferir uma “linha geográfica comparativa” de práticas de abusos sócio-históricos sofridos por mulheres africanas, bem como de suas diásporas.

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Biografia do Autor

Hilma Ribeiro de Mendonça Ferreira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

É doutora em Letras pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atualmente, é professora associada do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira - CAp/UERJ e coordenadora do projeto de extensão “Rodas de leitura Lélia Gonzalez” e “Língua, literatura e cidadania”. É orientadora de Iniciação Científica no projeto “Intersecções teóricas e práticas de Língua, Linguística e Literatura na metodologia de ensino do português”.

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Publicado

2025-07-31

Como Citar

Ferreira, H. R. de M. (2025). Lélia e Paulina: uma conexão libertária de discursos feministas em Brasil e em Moçambique. Revista Estudos Feministas, 33(2). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n2105696

Edição

Seção

Seção Especial: Lélia Gonzalez Presente!

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