Movimento feminista negro, ação coletiva e incidência em políticas públicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2024v32n290114

Palavras-chave:

movimentos sociais, repertórios de ação coletiva, movimento negro, feminismo negro, interseccionalidade, políticas públicas

Resumo

O artigo tem por objetivo analisar a atuação do movimento feminista negro de Belo Horizonte, abordando seus repertórios de ação coletiva e de interação com o governo local e sua influência nas políticas públicas, a partir da perspectiva de seis ativistas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e exploratória cuja metodologia contemplou, além da revisão de literatura, levantamentos documentais, entrevistas em profundidade e análise de conteúdo. Foram mapeados os seguintes repertórios de ação coletiva: a) protestos e ação direta, b) participação institucionalizada em conselhos, conferências e orçamento participativo, c) ocupação de cargos na burocracia por ativistas e d) ocupação política, por meio de cargo eletivo de vereadora. A partir desses repertórios, o movimento feminista negro tem incidido nas políticas municipais, na perspectiva interseccional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mônica de Cássia Costa Silva, Fundação João Pinheiro

Mestre em Administração Pública (Fundação João Pinheiro).  Especialista em Gestão de Projetos Sociais

Carla Bronzo, Fundação João Pinheiro

É doutora em Sociologia e Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Pesquisadora e professora da Fundação João Pinheiro.

Flávia de Paula Duque Brasil, Fundação João Pinheiro

É mestre e doutora em sociologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professora da Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho, da Fundação João Pinheiro.

Referências

ABERS, Rebecca; Von BÜLOW, Marisa. “Movimentos sociais na teoria e na prática: como estudar o ativismo através da fronteira entre estado e sociedade?”. Sociologias, Porto Alegre, n. 28, p. 52-84, 2011. DOI: 10.1590/S1517-45222011000300004. Acesso em 09/10/2021.

ABERS, Rebecca; SERAFIM, Lizandra; TATAGIBA, Luciana. “Repertórios de Interação Estado-Sociedade em um Estado Heterogêneo: A Experiência na Era Lula”. Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 57, n. 2, p. 325-357, 2014.

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

ALMEIDA, Ceila Sales de. Feminismo Negro: Luta por reconhecimento da mulher negra no Brasil. 1 ed. Belo Horizonte: Dialética, 2020.

ALONSO, Ângela. “Repertório, segundo Charles Tilly: História de um conceito”. Sociologia & Antropologia, v. 02, n. 03, p. 21-41, 2012.

ALVAREZ, Sonia. “Para além da sociedade civil: Reflexões sobre o campo feminista”. Cadernos Pagu, n. 43, p. 13-56, 2014.

AVRITZER, Leonardo. “Instituições participativas e desenho institucional: algumas considerações sobre a variação da participação no Brasil democrático”. Opinião Pública, v. 14, n. 1, p. 43-64, 2008. DOI: 10.1590/S0104-62762008000100002. Acesso em 14/01/2022.

BELO HORIZONTE. Lei nº 7535, de 18 de junho de 1998. Cria a Secretaria Municipal para Assuntos da Comunidade Negra - SMACON - e dá outras providências. Diário Oficial do Município de 23/12/1998. Disponível em https://leismunicipais.com.br/a/mg/b/belo-horizonte/lei-ordinaria/1998/754/7535/lei-ordinaria-n-7535-1998-cria-a-secretaria-municipal-para-assuntos-da-comunidade-negra-smacon-e-da-outras-providencias. Acesso em 17/06/2022.

BELO HORIZONTE. Plano Municipal de Equidade de Gênero. Resolução CMDM 03/2019. Disponível em https://prefeitura.pbh.gov.br/sites/default/files/estrutura-de-governo/educacao/2023/plano-municipal-de-equidade-de-genero.pdf. Acesso em 15/01/2022.

BEZERRA, Carla de Paiva. “Movimento Feminista Brasileiro: repertórios e estratégias de ação”. Revista Feminismos, v. 2, n. 1, p. 47-55, 2014. Disponível em https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/30020. Acesso em 30/12/2020.

CALVO, Julia. “Belo Horizonte das primeiras décadas do século XX: entre a cidade da imaginação à cidade das múltiplas realidades”. Cadernos de História, v. 14, n. 21, p. 71-93, 2013.

CARDOSO, Marcos Antônio. O Movimento Negro em Belo Horizonte: 1978-1998. 2 ed. Belo Horizonte: Mazza, 2011.

CARNEIRO, Sueli. Escritos de uma vida. São Paulo: Pólen, 2019.

COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. Tradução de Rane Souza. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2021.

CRENSHAW, Kimberlé. “Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero”. Revista Estudos Feministas, v. 1, p. 171-188, 2002.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Tradução de Heci Regina Candiani. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2016.

FACCHINI, Regina; CARMO, Íris Nery do; LIMA, Stephanie Pereira. “Movimentos Feminista, Negro e LGBTI no Brasil: sujeitos, teias e enquadramentos”. Educação & Sociedade, Campinas, v. 41, 2020. e230408. DOI: 10.1590/ES.230408.

FERNANDES, Danubia de Andrade. “O gênero negro: apontamentos sobre gênero, feminismo e negritude”. Revista Estudos Feministas, v. 24, n. 3, p. 691-713, 2016. DOI: 10.1590/1806-9584-2016v24n3p691. Acesso em 03/06/2021.

GONÇALVES, Renata. “Trinta anos do I Encontro Nacional de Mulheres Negras: uma articulação de gênero, raça e classe”. Lutas Sociais, São Paulo, v. 22, n. 40, p. 9-22, jan./jun. 2018.

GONZALEZ, Lélia. “A importância da organização da mulher negra no processo de transformação social”. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (Orgs.). Lélia Gonzales: Por um feminismo afro-latino-americano. 1 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020a.

GONZALEZ, Lélia. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. In: RIOS, Flávia; LIMA, Márcia (Orgs.). Lélia Gonzales: Por um feminismo afro-latino-americano. 1 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2020b.

KYRILLOS, Gabriela M. “Uma Análise Crítica sobre os Antecedentes da Interseccionalidade”. Revista Estudos Feministas, v. 28, n. 1, 2020. DOI: 10.1590/1806-9584-2020v28n156509. Acesso em 07/09/2021.

MOREIRA, Núbia Regina. O feminismo negro brasileiro: Um estudo do movimento de mulheres negras no Rio de Janeiro e São Paulo. 2007. Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Sociologia) - Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil.

PISCITELLI, Adriana. “Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras”. Sociedade e Cultura, v. 11, n. 2, 2008. DOI: 10.5216/sec.v11i2.5247. Disponível em https://www.revistas.ufg.br/fcs/article/view/5247. Acesso em 25/09/2021.

RECH, Carla Michele; SILVA, Marcelo Kunrath. “Ativismo Institucional como categoria analítica para o estudo das práticas políticas dos movimentos sociais no Brasil”. In: I SEMINÁRIO NACIONAL DE SOCIOLOGIA DA UFS. Anais..., Aracaju/SE, 2016. Disponível em https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/12924/2/AtivismoInstitucionalCategoriaAnalitica.pdf. Acesso em 19/01/2022.

RIBEIRO, Matilde. “Mulheres Negras Brasileiras de Bertioga a Beijing”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 3, n. 2, p. 446, 1995. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16459. Acesso em 20/06/2021.

RIOS, Flávia; PEREZ, Olívia Cristina; RICOLDI, Arlene. “Interseccionalidade nas mobilizações do Brasil contemporâneo”. Lutas Sociais, São Paulo, v. 22, n. 40, p. 36-51, 2018.

RIOS, Flavia; MACIEL, Regimeire. “Feminismo negro brasileiro em três tempos: Mulheres negras, negras jovens feministas e feministas interseccionais”. Labrys, estudos feministas, 2018. Disponível em https://www.labrys.net.br/labrys31/black/flavia.htm. Acesso em 20/02/2020.

RODRIGUES, Cristiano Santos; PRADO, Marco Aurélio M. “Movimento de mulheres negras: trajetória política, práticas mobilizatórias e articulações com o estado brasileiro”. Psicologia & Sociedade, v. 22, n. 3, p. 445-456, 2010.

RODRIGUES, Cristiano Santos; FREITAS, Viviane Gonçalves. “Ativismo Feminista Negro no Brasil: do movimento de mulheres negras ao feminismo interseccional”. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 34, e238917, p. 1-54, 2021.

SALES JÚNIOR, Ronaldo L. “Políticas de Ancestralidade: negritude e africanidade na esfera pública”. CAOS - Revista Eletrônica de Ciências Sociais, n. 14, p. 119-133, 2009. Disponível em https://periodicos.ufpb.br/index.php/caos/article/view/46957/28200. Acesso em 14/01/2022.

SENRA, Márcia. “A Cidade Moderna: História, Memória e Literatura - Paris, Belo Horizonte”. Revista Univap, v. 17, n. 29, p. 62-79, 2011. DOI: 10.18066/revunivap.v17i29.13. Disponível em http://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/13. Acesso em 15/11/2021.

SILVA, Michele Lopes da. Mulheres negras em movimento(s): trajetórias de vida, atuação política e construção de novas pedagogias em Belo Horizonte - MG. 2007. Mestrado (Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.

SILVA, Mônica de Cássia Costa; BRONZO, Carla; BRASIL, Flávia de Paula Duque. “Movimento Feminista e interseccionalidade: Uma abordagem a partir dos repertórios de ação e interação com o Estado”. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO E PESQUISA DO CAMPO DE PÚBLICAS. Anais... Brasília (DF), Associação Nacional de Ensino e Pesquisa do Campo de Públicas, 2021. Disponível em https://www.even3.com.br/anais/enepcp2021/362619-movimento-feminista-e-interseccionalidade--uma-abordagem-a-partir-dos-repertorios-de-acao-e-interacao-com-o-estad/. Acesso em 23/02/2022.

TILLY, Charles. From mobilization to revolution. New York: Random House, 1978.

WERNECK, Jurema. “Nossos passos vêm de longe! Movimentos de mulheres negras e estratégias políticas contra o sexismo e o racismo”. Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), v. 1, n. 1, p. 07-17, 2010. Disponível em https://abpnrevista.org.br/index.php/site/article/view/30. Acesso em 02/07/2021.

Downloads

Publicado

2024-09-23

Como Citar

Silva, M. de C. C., Bronzo, C., & Duque Brasil, F. de P. (2024). Movimento feminista negro, ação coletiva e incidência em políticas públicas. Revista Estudos Feministas, 32(2). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2024v32n290114

Edição

Seção

Artigos

Artigos Semelhantes

<< < 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.