Guerrilhas poéticas feministas contra a soberania cisheteropatriarcal
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n396858Palavras-chave:
cisheteropatriarcado, feminismos, epistemologias, arteResumo
A finalidade deste ensaio é refletir sobre os movimentos contemporâneos de artistas e pensadoras que vocalizam, a partir de suas obras, o mal-estar que o cisheteropatriarcado colonial impõe às mulheres (bio e trans) e demais corpos dissidentes. Para pensar nessas produções artísticas, ancoro-me em pensadores como Paul B. Preciado, ao afirmar que uma quebra epistemológica está acontecendo neste momento, de Gloria Anzaldúa, para quem as ativistas e artistas deveriam subverter paradigmas hegemônicos inventando jeitos inéditos de contar a história de um país. Compreendo que vivenciamos um cenário de produção de solidariedades transnacionais a partir da pluralização dos feminismos e da circulação de narrativas por meio de poemas, protestos, peças de teatro. Gestos que produzem uma verdadeira guerrilha poética para derrubar o cisheteropatriarcado.
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