Práticas espaciais da comunidade escolar no contexto de pandemia da covid-19 na cidade de Maringá/PR
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8077.2024.e90242Palavras-chave:
COVID-19, Cidade, Práticas espaciais, Comunidade escolarResumo
Objetivo: Este artigo tem como objetivo analisar as práticas espaciais realizadas na cidade de Maringá/PR pela comunidade escolar à luz das medidas decretadas pela Prefeitura Municipal no contexto da Covid-19.
Metodologia/abordagem: A pesquisa é qualitativa e descritiva e envolve coleta de dados primários e secundários. Os dados foram interpretados por meio da técnica de análise hermenêutica-dialética.
Originalidade/relevância: Em 2020, a pandemia da COVID-19 impulsionou as escolas a se adequarem aos decretos estaduais e municipais. Este estudo considera a cidade como uma organização moldada por relações de poder, com foco nas práticas espaciais da comunidade escolar por meio de suas demandas e manifestações.
Principais resultados: O estudo revelou as práticas espaciais de territorialização em sentido estrito, em sentido amplo e a construção de redes espaciais pela comunidade escolar. Essas práticas espaciais são ações de territorialização resultantes das manifestações ocorridas na cidade-organização.
Contribuições teóricas: O estudo amplia a compreensão das práticas espaciais como formas de territorialização, destacando a cidade como um espaço de relações de poder, resistência e disputa, e reforçando a visão da cidade como uma organização formada por interações sociais, conflitos e múltiplos territórios.
Contribuições da gestão: A pesquisa demonstra como grupos sociais, como a comunidade escolar, utilizam o espaço urbano para resistir a medidas governamentais. Isso oferece insights valiosos para gestores públicos sobre como dinâmicas de poder e mobilizações influenciam políticas e decisões em tempos de crise.
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