Redes de colaboração científica na produçãode conhecimento em doenças tropicais negligenciadas no Brasil: estudo a partir da plataforma LATTES do CNPq
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2020.e72981Palavras-chave:
Doenças Tropicais Negligenciadas, Colaboração Científica, Produção Científica, Análise de Redes Sociais, CientometriaResumo
Objetivo: Considerando a fulcralidade da colaboração científica para os avanços no campo das Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) e a necessidade de caracterização das redes sociais científicas, especificamente, relacionando-as com o fenômeno da produtividade, neste artigo, analisaram-se as redes de colaboração científica dos pesquisadores institucionalmente vinculados ao campo das DTN no Brasil, enfatizando as métricas de colaboração e a influência de alguns pesquisadores-chave na produção de seus pares.
Método: O presente artigo vale-se dos aportes cientométricos e de Análise de Redes Sociais. 2719 atores vinculados a programas de pós-graduação stricto sensu, Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia e servidores da Fundação Oswaldo Cruz compõem o universo do estudo. Para a realização do levantamento dos dados dos pesquisadores optou-se pela Plataforma Lattes do CNPq, valendo-se da ferramenta ScriptLattes. O período considerado foi 2015 a 2018. Com relação às redes, empregaram-se as ferramentas Gephi e UCINET & NetDraw.
Resultados: Verificaram-se a estabilidade da coautoria ao longo dos anos, a predominância de artigos com cinco ou mais autores, a diminuição ao longo do tempo dos artigos com quatro ou menos autores, a correlação entre produtividade e colaboração, o destaque dos bolsistas de produtividade do CNPq no grupo analisado e a existência de 762 comunidades no universo simples.
Conclusões: Esse estudo contribuiu para a compreensão das teias de colaboração no campo das DTN, demonstrando a crucialidade da organização em rede para o avanço do conhecimento em DTN.
Downloads
Referências
ALEJANDRO, V. A. O.; NORMAN, A. G. Manual Introdutório à análise de redes sociais: medidas de centralidade. 2005. Disponível em: http://revista-redes.rediris.es/webredes/talleres/Manual_ARS.pdf. Acesso em 15 fev. 2020.
BEAVER, D. B.; ROSEN, R. Studies in scientific collaboration: part I – the professional origins of scientific co-authorship. Scientometrics, Amsterdam, v.1, n. 1, p. 65-84, 1978
BONACICH, P. Power and centrality: A family of measures. American journal of sociology, v. 92, n. 5, p. 1170-1182, 1987.
BORGATTI, S. P.; EVERETT, M. G.; FREEMAN, L. C. UCINET for windows: software for social network analysis. Harvard: Analytic Technologies, 2002.
BORGATTI, S. P; EVERETT, M. G; JOHNSON, J. C. Analyzing Social Networks. California: Sage Publications, 2013.
BRAGA, M. J. C.; GOMES, L. F. A. M.; RUEDIGER, M. A. Mundos pequenos, produção acadêmica e grafos de colaboração: um estudo de caso dos Enanpads. RAP - Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 42, n. 1, p.133-154, jan. 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rap/v42n1/a07v42n1. Acesso em: 01 fev. 2019.
BRASIL. Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação - 2016-2022. Brasília: Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, 2016. 132 p. Disponível em: https://portal.insa.gov.br/images/documentos-oficiais/ENCTI-MCTIC-2016-2022.pdf. Acesso em: 01 fev. 2019.
CHEN, X. et al. Mapping the research trends by co-word analysis based on keywords from funded project. Procedia Computer Science, v. 91, p. 547-555, 2016.
DUTT, B.; KUMAR, S.; GARG, K. C. Scientometric profile of global dengue research. Collnet Journal of Scientometrics and Information Management, v. 4, n. 1, p. 81-91, 2010.
FIALLOS, A. et al. Scientific communities detection and analysis in the bibliographic database: SCOPUS. In: 2017 Fourth International Conference on eDemocracy & eGovernment (ICEDEG)., 2017. Proceedings of Fourth International Conference on eDemocracy & eGovernment (ICEDEG), IEEE, 2017. p. 118-124.
FREITAS, L. Q. de. Medidas de centralidade em grafos. 2010. 103 f. Dissertação (Mestrado) - Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://objdig.ufrj.br/60/teses/coppe_m/LeandroQuintanilhaDeFreitas.pdf. Acesso em: 01 fev. 2019.
GEPHI. The Open Graph Viz Platform. 2017. Disponível em: https://gephi.org/. Acesso em: 01 abr. 2020.
GONZÁLEZ-ALCAIDE, G. et al. Evolution of coauthorship networks: worldwide scientific production on leishmaniasis. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 46, n. 6, p. 719-727, dez. 2013.
GONZÁLEZ-ALCAIDE, G. et al. Scientific authorships and collaboration network analysis on Chagas disease: papers indexed in PubMed (1940-2009). Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, São Paulo, v. 54, n. 4, p. 219-228, jul./ago. 2012.
HADDAD, E. A.; MENA-CHALCO, J. P.; SIDONE, O. Produção científica e redes de colaboração dos docentes vinculados aos programas de pós-graduação em Economia no Brasil. Estudos Econômicos, São Paulo, v. 47, n. 4, p. 617-679, dez. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0101-416147414ejo. Acesso em 26 mai. 2018.
HOSSAIN, L.; WU, A.; CHUNG, K. K. S. Actor centrality correlates to project based coordination. In: Proceedings of the 2006 20th anniversary conference on Computer supported cooperative work. ACM, 2006. p. 363-372.
HU, J.; ZHANG, Y. Research patterns and trends of Recommendation System in China using co-word analysis. Information processing & management, v. 51, n. 4, p. 329-339, 2015.
LIU, X. et al. Co-authorship networks in the digital library research community. Information processing & management, v. 41, n. 6, 1462-1480. 2005.
MARTELLI-JUNIOR, H. et al. Pesquisadores do CNPq na área de medicina: comparação das áreas de atuação. Revista da Associação Médica Brasileira., São Paulo, v. 56, n. 4, p. 478-483, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0104-42302010000400024. Acesso em: 03 mar. 2019.
MENA-CHALCO, J. P.; CESAR JUNIOR, R. M. ScriptLattes: an open-source knowledge extraction system from the Lattes platform. Journal of the Brazilian Computer Society, Porto Alegre, v. 4, n. 15, p.31-39, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbcos/v15n4/04.pdf. Acesso em: 5 jun. 2017.
MORENO, J. L. Quem sobreviverá? Fundamentos da sociometria, psicoterapia de grupo e sociodrama. Goiânia: Dimensão, 1992.
PAVLOPOULOS, G. A. et al. Arena3D: visualization of biological networks in 3D. BMC systems biology, v. 2, n. 1, p. 104, 2008.
PRIBERAM (Lisboa). Serendipidade. In: PRIBERAM (Lisboa). Priberam dicionário: Serendipidade. Lisboa: Priberam, 2019. Disponível em: https://dicionario.priberam.org/serendipidade. Acesso em: 01 abr. 2020.
PRICE, D. J. de. S. O desenvolvimento da ciência: análise histórica, filosófica, sociológica e econômica. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1976. 73 p.
PRICE, J. D. de. S. Litle science, big science. New York: Columbia University Press, 1963.
RECUERO, R.; ZAGO, G.; BASTOS, M. T. O Discurso dos #ProtestosBR: análise de conteúdo do Twitter. Galaxia, São Paulo, n. 28, p. 199-216, dez. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/gal/v14n28/v14n28a17.pdf. Acesso em: 01 nov. 2019.
SAMPAIO, R. B. As estruturas globais e regionais do campo de pesquisa, desenvolvimento e inovação das doenças negligenciadas leishmaniose e tuberculose sob a ótica das redes complexas. 2015. 219 f. Tese (Doutorado) - Curso de Ciência da Informação, Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
SCOTT, J. Social Network Analysis: a handbook. SAGE Publications, London, 2000.
SOBRAL, N. V. et al. Produção científica colaborativa na área da saúde tropical: uma análise da rede de colaboração do Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Universidade Federal de Pernambuco. RECIIS – Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde, Rio de Janeiro, v.10, n.1, p. 1-15, jan. 2016. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16954. Acesso em: 01 abr. 2020.
URBIZAGÁSTEGUI ALVARADO, R. Elitismo na literatura sobre a produtividade dos autores. Ciência da Informação, v. 38, n. 2, p. 69-79, 2009. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0100-19652009000200006. Acesso em: 20 abr. 2019.
VAZ, G. J. A construção dos sociogramas e a teoria dos grafos. Revista brasileira de psicodrama, v. 17, n. 2, p. 67-78, 2009.
WANG, J. Knowledge creation in collaboration networks: Effects of tie configuration. Research Policy, v. 45, n. 1, p. 68-80, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Natanael Vitor Sobral, Zeny Duarte, Raimundo Nonato Macedo dos Santos, Ricardo Coutinho Mello
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
O autor deve garantir:
- que haja um consenso completo de todos os coautores em aprovar a versão final do documento e sua submissão para publicação.
- que seu trabalho é original, e se o trabalho e/ou palavras de outras pessoas foram utilizados, estas foram devidamente reconhecidas.
Plágio em todas as suas formas constituem um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. Encontros Bibli reserva-se o direito de usar software ou quaisquer outros métodos de detecção de plágio.
Todas as submissões recebidas para avaliação na revista Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação passam por identificação de plágio e autoplágio. Plágios identificados em manuscritos durante o processo de avaliação acarretarão no arquivamento da submissão. No caso de identificação de plágio em um manuscrito publicado na revista, o Editor Chefe conduzirá uma investigação preliminar e, caso necessário, fará a retratação.
Esta revista, seguindo as recomendações do movimento de Acesso Aberto, proporciona seu conteúdo em Full Open Access. Assim os autores conservam todos seus direitos permitindo que a Encontros Bibli possa publicar seus artigos e disponibilizar pra toda a comunidade.
Os conteúdos de Encontros Bibli estão licenciados sob uma Licença Creative Commons 4.0 by.
Qualquer usuário tem direito de:
- Compartilhar — copiar, baixar, imprimir ou redistribuir o material em qualquer suporte ou formato
- Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
De acordo com os seguintes termos:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira ao licenciante a apoiar você ou o seu uso.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.