Genealogias

Autores

  • Chiara Zamboni Università di Verona, Verona

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2018v15n2p92

Resumo

Com base em uma metodologia filosófico-narrativa, este artigo visa articular em todos seus aspectos o conceito de genealogia, assim como emergiu no debate feminista francês e italiano a partir dos anos 80 do 1900. Em particular, temos duas maneiras de interpretar o termo genealogia: a genealogia familiar e a genealogia histórico-política. O valor simbólico de qualquer genealogia não depende da dívida que contraímos com gerações anteriores de mulheres. Se fosse assim, a dívida seria o equivalente do crédito e estaríamos somente no mundo da troca econômica. Na realidade, a genealogia nasce de reconhecimento, de algo que talvez possamos interpretar como "conhecimento renovado", ou seja, uma maneira de reinventar os saberes que nos transmitiram as mulheres anteriores a nós e torná-los nossos. Nesse sentido, significa encontrar, no pensamento e na vida daquelas que vieram antes de nós, algo que de algum modo nos pertence, sem que o soubéssemos, porque não tínhamos as palavras que nos permitissem reconhecê-lo. Isso cria um círculo simbólico da genealogia, que não é o resultado de um ato de vontade, que intencionalmente nos coloca na esfera da genealogia. Mas é a intuição de que há algo de verdadeiro, que tem a ver conosco, nas mulheres que nos precederam e, sobretudo, de que entender isso sobre nós mesmas, nos coloca em movimento e transforma nossas vidas. Isso dá raízes à política feminina.

Biografia do Autor

Chiara Zamboni, Università di Verona, Verona

Pesquisadora e professora das disciplinas de Filosofia Teórica na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Verona, Itália. Formou-se em Filosofia na Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade de Bari, Itália.

Referências

ALGA, M. L; BIGARDI, S. A chi devo la donna che sono diventata. Autoetnografia di un dissesto. In: DIOTIMA. Femminismo fuori sesto. Un movimento che non può fermarsi. Napoli: Liguori, 2017. p. 79-94.

ALGA, M. L; BIGARDI, S. A chi devo la donna che sono diventata. Contraddizioni ed eccedenza. Trabalho apresentado. Seminário de Diotima. Otubro/novembro de 2015, Universidade de Verona, Verona (Itália).

FACCINCANI, C. Paradossi del materno. In: FACCINCANI, C. Alle radici del simbolico. Transoggettività come spazio pensante nella cura psicoanalitica. Napoli: Liguori, 2010. p. 91-108.

IRIGARAY, L. Il corpo a corpo con la madre. In: IRIGARAY, L. Sessi e genealogie. Milano: La Tartaruga, 1989. p. 17-32.

MURACA, Mariateresa. Práticas pedagógicas populares, feministas e decoloniais do movimento de mulheres camponesas em Santa Catarina. Uma etnografia colaborativa. 2015. Tese (Doutorado) – Universidade de Verona, Verona, e Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.

MURARO, L. Il concetto di genealogia femminile. In: MURARO, L. Tre lezioni sulla differenza sessuale. Roma: Edizioni Centro Culturale Virginia Woolf-gruppo B, 1994. p. 27-53.

SARTORI, D. G. Con lo spirito materno. In: Diotima. L’ombra della madre. Napoli: Liguori, 2007. p. 33-64.

TOMMASI, W. T. In gioco. In: Diotima. L’ombra della madre. Napoli: Liguori, 2007. p. 167-175

WOLF, C. Riflessioni su Christa T. Milano: Mursia, 1973.

Downloads

Publicado

28.05.2018

Edição

Seção

Artigos - Estudos de Gênero