Desemprego, juventude e crise estrutural do capital: o precariado na cena contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2019v16n3p18Resumo
Discutir acerca do conceito precariado não é modismo. Trata-se de um debate sobre o entendimento da geopolítica do capital em tempos de crise e de conflito potencial. Com base em autores como István Mészáros (2009), Giovani Alves (2007, 2012, 2013), Mandel (1990) entre outros. Destaca-se que o objetivo deste artigo é refletir sobre a relação entre a expansão do ensino superior, crise estrutural do capital e suas implicações na visibilidade do precariado. A metodologia utilizada é de caráter qualitativo, a partir de análise documental e resultados de pesquisa empírica, com vistas a indicar a premência em se discutir acerca do precariado e sua relação com a expansão da educação superior no Brasil num contexto de crise estrutural do capital e neoliberalismo. Os resultados, apontam como tendência que o processo expansionista da educação superior no atual momento histórico mais do que se constituir em uma possibilidade de emancipação humana, encontra-se sob a regência do capital e se transmuta em uma mercadoria barata, de fácil consumo e de pouco conteúdo e isso se espraia dessa forma em todos os níveis do sistema de ensino brasileiro cuja visibilidade reside no precariado.
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