Mulheres Parlamentares e Representação Substantiva no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2023v31n179898Palavras-chave:
representação política, movimentos feministas, gênero, produtividade legislativa, BrasilResumo
Aumentar o número de mulheres eleitas aos parlamentos tem sido um objetivo histórico de grande parte dos movimentos feministas. A expectativa é de que isso não apenas amplie a
correspondência entre parlamento e sociedade, mas também que sejam percebidos avanços em relação às políticas para as mulheres. Assim, para investigar a substantividade da representação, foram analisadas 10.753 proposições legislativas apresentadas entre 2015 e 2017 na Câmara dos Deputados, buscando avaliar a qualidade da produção legislativa das deputadas federais brasileiras e a correlação entre a sua atuação legislativa e a agenda da Articulação de Mulheres Brasileiras. Como resultado, identificamos que, no período, as mulheres parlamentares tiveram três vezes mais projetos de lei transformados em norma jurídica do que os homens e que houve aderência entre temas considerados consensuais, mas pouca atuação em relação a pautas mais progressistas.
Downloads
Referências
ARAÚJO, Clara. “Partidos políticos e gênero: mediações nas rotas de ingresso das mulheres na
representação política”. Revista de Sociologia e Política, Curitiba, n. 24, p. 193-215, jun. 2005.
BIROLI, Flávia; CAMINOTTI, Mariana. “The Conservative Backlash against Gender in Latin America”. Politics & Gender, v. 16, n. 1, mar. 2020.
BIROLI, Flávia. Gênero e desigualdades: limites da democracia no Brasil. São Paulo: Boitempo,
BOURDIEU, Pierre. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004.
BOURDIEU, Pierre. “La représentation politique: eléments pour une théorie du champ politique”. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, v. 36-37, p. 3-24, fev./mar. 1981.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 11 ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Proposta de Emenda à Constituição 134, de 15 de setembro
de 2015. Brasília: Câmara dos Deputados, 2015. Disponível em https://www.camara.leg.br/
proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1724716.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Ato da Mesa nº 80, de 31 de janeiro de 2013. Brasília: Câmara dos
Deputados, 2013. Disponível em https://www2.camara.leg.br/legin/int/atomes/2013/atodamesa80-31-janeiro-2013-775250-norma-cd-mesa.html. Acesso em 20/01/2018.
FRASER, Nancy. “Rethinking the public sphere: a contribution to the critique of actually existing democracy”. In: CALHOUN, Craig (Org.). Habermas and the public sphere. Cambridge: The MIT Press, 1992. p. 109-142.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
IPU. Interparliamentary Union. “Monthly ranking of women in national parliaments”.
Interparliamentary Union, 2021. Disponível em https://data.ipu.org/womenranking?month=1&year=2021. Acesso em 09/02/2021.
MANIN, Bernard. The Principles of Representative Government. Cambridge: Cambridge University Press, 1997.
MIGUEL, Luis Felipe. Democracia e Representação: Territórios em Disputa. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 2013.
MIGUEL, Luis Felipe; BIROLI, Flávia. Caleidoscópio convexo: mulheres, política e mídia. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 2010.
MOUFFE, Chantal. “Feminismo, ciudadanía y política democrática radical”. Debate Feminista, v.
, p. 3-22, mar. 1993.
MOUFFE, Chantal. “Deliberative Democracy or Agonistic Pluralism?”. Social Research, v. 66, n. 3, p. 745-758, Fall 1999.
PHILLIPS, Anne. The politics of presence. Oxford: Oxford University Press, 1995.
PITKIN, Hanna Fenichel. The Concept of Representation. Berkeley: University of California, 1967.
SACCHET, Teresa. “A Culpa é dos Partidos: desigualdades de gênero em disputas eleitorais”. In:
BIROLI, Flávia et al. (Orgs.). Mulheres, Poder e Ciência Política: debates e trajetórias. Campinas: Editora da Unicamp, 2020.
SACCHET, Teresa. “Why Gender Quotas Don’t Work in Brazil? The Role of the Electoral System and Political Finance”. Colombia Internacional, Bogotá, n. 95, p. 25-54, jul./set. 2018.
SACCHET, Teresa. “Representação política, representação de grupos e política de cotas: perspectivas e contendas feministas”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 20, n. 2, p. 399-431, maio/ago. 2012.
SACCHET, Teresa. “Capital social, gênero e representação política no Brasil”. Opinião Pública,
Campinas, v. 15, n. 2, p. 306-332, 2009.
SACCHET, Teresa; SPECK, Bruno Wilhelm. “Financiamento eleitoral, representação política e
gênero: uma análise das eleições de 2006”. Opinião Pública, Campinas, v. 18, n. 1, p. 177-197,
jun. 2012.
SAPIRO, Virginia. “Research Frontier Essay: When Are Interests Interesting? The Problem of Political Representation of Women”. The American Political Science Review, v. 75, n. 3, p. 701-716, set. 1981.
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. Estatísticas do eleitorado. Brasília: Tribunal Superior Eleitoral, 2020. Disponível em https://www.tse.jus.br/eleitor/estatisticas-de-eleitorado. Acesso em 15/10/2020.
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. Consulta nº 0600252-18.2018.6.00.0000 (PJe). Brasília, 2018.
Disponível em https://www.conjur.com.br/dl/voto-rosa-weber-consulta-publica.pdf.
YOUNG, Iris Marion. “Representação Política, Identidade e Minorias”. Lua Nova, São Paulo, n. 67, p. 139-190, 2006. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-6445. Acesso em 13/01/2021.
YOUNG, Iris Marion. Inclusion and Democracy. New York: Oxford University Press, 2000.
YOUNG, Iris Marion. Justice and the politics of difference. Princeton: Princeton University Press, 1990.
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Estudos Feministas
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.