Bleich ou o paradoxo da tradução
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2009v1n23p53Resumo
Este artigo tem por base um estudo comparativo das traduções de As flores do mal de Charles Baudelaire para o português principalmente, as de Jamil Almansur Haddad e de Ivan Junqueira. Centramo-nos inicialmente no poema A cabeleira, tentando observar as posturas tradutórias que ora enobrecem, ora empobrecem a obra pelas “deformações” infringidas ao texto de partida sob o efeito de numerosas restrições. No texto literário, os rastros são particularmente visíveis, criando, assim, um lugar paradoxal para a tradução. Esse paradoxo ganha força ao debruçarmo-nos sobre a expressão “moeda falsa”, que Carlos Drummond de Andrade empregou a respeito da tradução. Essa “condenação” surgiu da própria dificuldade do ato tradutório. Imbricam-se, assim, as moedas falsas do poeta brasileiro, de Derrida e de Baudelaire e, a partir dessa sentença, esse conceito desdobra-se em direções diversas: devemos entender essa “moeda falsa” enquanto singela falsificação? Constatamos esse fato, mas seria menosprezar a potência do texto traduzido encará-lo apenas sob essa forma. É na ótica da dissonância que é preciso abordar uma tradução. Dissonância sob forma de divergência que clama por outra tradução, fazendo dessa “peça falsa” uma máquina de provocar eventos.
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