A língua do tradutor e os intraduzíveis de Benveniste: as Dernières leçons no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2024.e99172

Palavras-chave:

tradução, intraduzíveis, Émile Benveniste, línguas, processo de tradução

Resumo

Este artigo busca refletir sobre a tradução brasileira da obra Dernières leçons [Últimas aulas], do linguista Émile Benveniste, a partir da noção de “intraduzíveis”, elaborada por Barbara Cassin, em articulação com a ideia proposta pelo próprio Benveniste, apresentada em um artigo de 1958, intitulado “Categorias de pensamento e categorias de língua”, de que a análise de uma língua – e incluímos aí a tradução dessa língua – não exclui que esse tipo de estudo (a tradução) leve em conta a língua de quem produz a análise (ou a tradução). Desse conjunto de ideias, propõe-se que o tradutor, entendido como falante de uma língua, tem papel constitutivo do processo de tradução. A ideia, também, é ver em que medida a transmissão operada pela tradução do texto de Benveniste para a língua portuguesa interfere no pensamento transmitido. Por fim, analisam-se algumas particularidades da tradução brasileira da obra de Benveniste à luz do referencial construído.

Referências

Aubenque, P. (1965). Aristote et le langage, note annexe sur les catégories d’Aristote : A propos d’un article de M.

Benveniste. Annales de la faculté des Lettres d’Aix, 43(XLIII), 85−105.

Benveniste, É. (1966). Problèmes de linguistique générale, I. Éditions Gallimard.

Benveniste, É. (1974). Problèmes de linguistique générale, II. Éditions Gallimard.

Benveniste, É. (1988). Problemas de linguística geral I. (M. G. Novak & M. L. Neri, Trad.). Editora da Unicamp.

Benveniste, É. (1989). Problemas de linguística geral II. (E. Guimarães et al., Trad.). Editora da Unicamp.

Benveniste, É. (1995a). O vocabulário das instituições indo-europeias: vol. I − Economia, parentesco, sociedade. (D. Bottmann, Trad.). Pontes.

Benveniste, É. (1995b). O vocabulário das instituições indo-europeias: vol. II – Poder, direito, religião. (D. Bottmann, & E. Bottman, Trad.). Pontes.

Benveniste, É. (2012). Dernières leçons : Collège de France 1968 et 1969. EHESS/Gallimard/Seuil.

Benveniste, É. (2014). Últimas aulas no Collège de France 1968 e 1969. (D. C. Silva et al., Trad.). Editora da Unesp.

Borba, F. S. (Coord.). (1991). Dicionário gramatical de verbos do português contemporâneo do Brasil. Editora da Unesp.

Cassin, B. (Dir.). (2004). Vocabulaire européen des philosophies : dictionnaire des intraduisibles. Le Seuil.

Cassin, B. (2018). Apresentação da 1ª edição francesa do Vocabulaire européen des philosophies. (F. Santoro, Trad.). In B. Cassin (Coord.), F. Santoro & L. Buarque (Orgs.), Dicionário dos intraduzíveis: Um vocabulário das filosofias. Volume um: Línguas (pp. 16−21). Autêntica.

Cassin, B. (2022). Elogio da tradução. (D. Falkemback, & S. Petry, Trad.). Martins Fontes.

Derrida, J. (1971). Le supplément de copule. Langages, (24), 14−39. https://doi.org/10.3406/lgge.1971.2604

Flores, V. N. (2019). Problemas gerais de linguística. Editora Vozes.

Flores, V. N. (2021). Saussure e a tradução. Editora da UnB.

Flores, V. N., Gomes, F. A., & Hoff, S. L. (2022). A relação pensamento-língua em Benveniste e a preeminência do linguístico. Acta Scientiarum: Language and Culture, 44(1). https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v44i1.62639

Hoff, S. L. (2019). Benveniste e a tradução: um fenômeno de linguagem. Cadernos de Tradução UFRGS, 1(Num. Esp.), 219−230.

Hoff, S. L., & Flores, V. N. (2015). Versão: um diagnóstico dos estudos acerca dessa atividade tradutória no Brasil. Belas Infiéis, 4(1), 181−194. https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v4.n1.2015.11320

Kristeva, J. (2012). Preface − Émile Benveniste, un linguiste qui ne dit ni ne cache, mais signifie. In É. Benveniste (Ed.), Dernières leçons : Collège de France 1968 et 1969 (pp. 13−40). EHESS/Gallimard/Seuil.

Kristeva, J. (2014). Prefácio − Émile Benveniste, um linguista que não diz nem oculta, mas significa. (D. C. Silva et al., Trad.). In É. Benveniste (Ed.), Últimas aulas no Collège de France 1968 e 1969 (pp. 26−66). Editora Unesp.

Laplantine, C. (2011). Émile Benveniste, l'inconscient et le poème. Lambert Lucas.

Mateus, M. H., Brito, A. M. B., Duarte, I., & Faria, I. (1987). Gramática da língua portuguesa. Caminho.

Meschonnic, H. (1973). Propositions pour une poétique de la traduction. In H. Meschonnic (Ed.), Pour la poétique II : Épistemologie de l’écriture poétique de la traduction (pp. 305−323). Gallimard.

Motta, A. C., & Santoro, F. (2018). Línguas ibéricas. In B. Cassin (Coord.), F. Santoro & L. Buarque (Orgs.), Dicionário dos intraduzíveis: Um vocabulário das filosofias. Volume um: Línguas (pp. 217−232). Autêntica.

Mounin, G. (1975). Os problemas teóricos da tradução. (H. L. Dantas, Trad.). Cultrix.

Normand, C. (2009). Convite à linguística. (C. C. V. Birck et al., Trad.). Contexto.

Oustinoff, M. (2011). Tradução: história, teorias e métodos. (M. Marcionilo, Trad.). Parábola Editorial.

Santoro, F., & Buarque, L. (2018). Prefácio da edição brasileira. In B. Cassin (Coord.), F. Santoro & L. Buarque (Orgs.), Dicionário dos intraduzíveis: Um vocabulário das filosofias. Volume um: Línguas (pp. 5−15). Autêntica.

Steiner, G. (2002). Depois de Babel: aspectos da linguagem e tradução. (M. S. Pereira, Trad.). Relógio D’água.

Vuillemin, J. (1967). De la logique à la théologie : cinq études sur Aristote. Flammarion.

Downloads

Publicado

09-10-2024

Como Citar

Flores, V. do N. (2024). A língua do tradutor e os intraduzíveis de Benveniste: as Dernières leçons no Brasil. Cadernos De Tradução, 44(1), 1–18. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2024.e99172

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.