O Pequeno Príncipe em Libras: uma proposta de crítica de tradução - Versão Sintética em Libras

Auteurs

DOI :

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2021.e85207

Résumé

O presente trabalho discute as dificuldades e os possíveis caminhos ao construir a crítica da tradução de O Pequeno Príncipe para a Libras realizada pelo projeto Acessibilidade em Bibliotecas Públicas (ABP) do governo federal brasileiro. Busca-se responder às seguintes perguntas: Que critérios podem ser seguidos para construir uma crítica de uma tradução para a língua de sinais? Que dificuldades estão envolvidas neste processo? Seguindo a perspectiva de análise reflexiva de Berman (1995), se buscou desenvolver, por meio do escrutínio da tradução em questão e do cotejo entre ela e o seu original, ponderações que fossem mais do que somente uma atribuição de valor ao trabalho do tradutor. O processo de construção da crítica foi então observado a fim de inferir as dificuldades de criticar obras em Libras e que parâmetros podem funcionar como guia para a análise. Concluiu-se que o crítico enfrenta questões ligadas ao registro em vídeo e ao fato de o sistema literário da Libras ser ainda jovem. E, ainda, que analisar a maneira como as traduções se alocam frente às demais obras em Libras é importante para que as discussões sobre esse polissistema literário se consolidem como área de estudo.

Bibliographies de l'auteur

Ricardo Oliveira Barros, Universidade Federal de Santa Caratina

Mestre em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Especialista em Libras e práticas pedagógicas aplicáveis a educação bilíngue de Surdos pela Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), e Graduado em Letras Libras pela UFSC. Pesquisa a literatura em língua brasileira de sinais com o foco nas manifestações em suporte escrito pelo sistema SignWriting. Membro do grupo de pesquisa em literatura surda e sinalizada da UFSC, e do grupo de pesquisa dos sinais maranhenses da UFMA. Professor de Libras do Núcleo de Acessibilidade da Universidade Estadual do Maranhão. Tradutor/ intérprete de Libras na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão. Atuou como tradutor intérprete de libras no Instituto Federal do Maranhão, em faculdades particulares de São Luis, e como tradutor para a Universidade Federal do Maranhão e para a Universidade Estadual do Maranhão.

Marlova Gonsales Aseff, Universidade de Brasília

Professora Adjunta do Bacharelado em Letras Tradução Espanhol da UnB. Professora do Programa de Pós-graduação em Estudos da Tradução (PGET). Tem doutorado em Literatura (out/2007) e em Estudos da Tradução (out/ 2012), ambos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Fez estágio de doutorado de um ano na Universitat de Barcelona. Tem experiência nas áreas de Letras e Literaturas Estrangeiras Modernas, com ênfase em Literatura hispano-americana e em tradução (teoria, crítica e história). Pesquisa principalmente os seguintes temas: a relação entre a literatura traduzida e a literatura nacional, a influência da atividade de poetas-tradutores nas suas próprias criações e no sistema literário nacional, poesia traduzida no Brasil (século 20), Tradução de literatura hispano-americana no Brasil, literatura do Prata e modernismo hispano-americano. Traduz não-ficção no par ES>PT e de textos teóricos no par FR>PT. Como fruto de seu projeto de pós-doc no Poslit-UnB, lançou em 2016 o site Poesia Traduzida no Brasil (www.poesiatraduzida.com.br). O site abriga um catálogo de 790 entradas bibliográficas detalhadas da poesia traduzida no país nos séculos 20 e 21 (ISBN: 978-85-540456-0-9), além de perfis de mais de 120 tradutores de poesia. 

Références

ABP – Acessibilidade em Bibliotecas Públicas. “O Pequeno Príncipe com recursos de acessibilidade”. Youtube, 04/10/2016. Web. 20/11/2019. https://www.youtube.com/watch?v=foMiwFlVHCc&t=761s.

Albres, Neiva de Aquino; Mairla Pereira Pires Costa; Harisson Geroto Adams. “Contar um conto com encantamento: a construção de sentidos e efeitos da tradução para libras”. Revista Diálogos (RevDia), Dossiê temático “Educação, Inclusão e Libras”, 6.1, Jan-Abr (2018). 15/11/2019. https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/revdia/article/view/6316/pdf.

Arrojo, Rosemary. “A que são fiéis tradutores e críticos de tradução? Paulo Vizioli e Nelson Ascher discutem John Donne”. In: Tradução, desconstrução e Psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 1993, p.15-26.

Benedetti, Ivone. “O pequeno príncipe, três notas de uma tradutora”. Ivone Benedetti, 2015. 20/11/2019. www.ivonecbenedetti.com.br/pequeno-principe-notas-de-tradutora .

Bentes, Thaisy. “A tradução de trocadilhos em Alice no país das maravilhas para a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS”. Dissertação Universidade de Brasília, 2018.

Berman, Antoine. Pour une critique des traductions: John Donne. Paris: Éditions Gallimard, 1995.

Bottmann, Denise. “As traduções brasileiras de pequeno príncipe. Traduzindo o pequeno príncipe”, 2015. 20/11/2019. www.traduzindoopequenoprincipe.blogspot.com/2015/02/as-traducoes-brasileiras-do-pequeno.html.

BRASIL. “Acessibilidade em bibliotecas públicas”. Acessibilidade em bibliotecas públicas. Web. 20/11/2019. www.acessibilidadeembibliotecas.culturadigital.br/sobre-o-projeto/.

Cardozo, Mauricio Mendonça. “Tradução & os sentidos da crítica”. In Tradução &: perspectivas teóricas e práticas Lauro Maia Amorin.; Cristina Carneiro Rodrigues, Érica Nogueira de Andrade Stupiello (Orgs) São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015, pp. 233-262.

Cruvinel, Gilberto. “Traduzindo o Pequeno Príncipe, por Denise Bottmann”. Jornal GGN. 24/08/2015. Web. 20/11/2019. https://jornalggn.com.br/literatura/traduzindo-o-pequeno-principe/.

Cuxac, Christian; Marie Anne Sallandre. “Iconicity and arbitrariness in French Sign Language: Highly iconic structures, degenerated iconicity and diagrammatic iconicity”. In Verbal and signed languages: Comparing structure, constructs and methodologies. Elena Pizzuto, Paola Pietrandrea, Raffaele Simone (Orgs.). Berlin: de Gruyter, 2008. p.13–33.

Damasceno, Eduardo Filgueiras; Tatiane Valau Pereira Damasceno. “Mapeamento sistemático da literatura surda”. Náu literária. 14.1 (2018): 216-229. Periódicos científicos da UFRGS. 16/11/2019. https://seer.ufrgs.br/NauLiteraria/article/view/84338/48675

Encrevé, Florence. “A família dos surdos-mudos face à ideia do progresso no século XIX”. Tradução de Rosemeri Bernieri de Souza. Moara. 51 (2019):261-282. Periódicos UFPA. 15/10/2019. https://www.periodicos.ufpa.br/index.php/moara/article/view/7347

Even-Zohar, Itamar. "La posición de la literatura traducida en el polisistema literario". Traducción de Montserrat Iglesias Santos revisada por el autor. En Teoría de los Polisistemas, Estudio introductorio, compilación de textos y bibliografía por Montserrat Iglesias Santos. [Bibliotheca Philologica, Serie Lecturas] Madrid: Arco, pp. 223-231, 1999.

Karnopp, Lodenir Becker. “Literatura Surda”. Educação Temática Digital. 7.2 (2006):98-109. Portal de periódicos eltrônicos científicos da Unicamp. 27/09/2019. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/etd/article/view/795

Klamt, Marilyn Mafra. “Visual sonority in Brazilian Sign Language literature”. Revista Brasileira de Linguística Aplicada. 17.2 (2017): 277-305. Scielo. 16/10/2019. https://www.scielo.br/pdf/rbla/2017nahead/1984-6398-rbla-201710561.pdf

Miglioli, Sarah. “Análise da poesia em língua de sinais sob a perspectiva semiótica”. Signo 43.78 Set-Dez (2018): 44-54. Universidade de Santa Cruz do Sul. 16/10/2019. https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/download/11791/pdf

Mourão, Carlos Henrique Nunes. “Literatura Surda: produções culturais de surdos em língua de sinais”. Dissertação Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011.

Peixoto, Janaina Aguiar. “O registro da beleza nas mãos: a tradição de produções poéticas em língua de sinais no Brasil”. Tese Universidade Federal da Paraíba, 2016.

Quadros, Ronice Muller de; Lodenir Becker Karnopp. “Língua de sinais brasileira: estudos lingüísticos”. Porto Alegre; ArtMed, 2004.

Ribeiro, Arenilson Costa. “Literatura de Cordel contemporânea: uma tradução prazerosa do par linguístico Português Libras”. Dissertação Universidade Federal de Santa Catarina, 2020.

Rose, Heidi. “A critical methodology for analyzing American Sign Language literature”. Dissertation Arizona State University, 1992.

Saint-Exupéry, A. “O pequeno príncipe”. Tradução de Dom Marcos Barbosa. Rio de Janeiro: Agir, 1999.

Santos, Emerson Cristian Pereira dos. “No princípio era a palavra, mas a palavra foi traduzida para os sinais”. Cadernos de Tradução. 38.3 Set-Dez (2018): 93-124. Portal de periódicos UFSC. 30/11/2019. https://periodicos.ufsc.br/index.php/traducao/article/view/2175-7968.2018v38n3p93

Schallenberger, Augusto. “Ciberhumor nas comunidades surdas”. Dissertação Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010.

Publiée

2021-12-24

Comment citer

Barros, R. O., & Aseff, M. G. (2021). O Pequeno Príncipe em Libras: uma proposta de crítica de tradução - Versão Sintética em Libras. Cadernos De Tradução, 41(esp. 2). https://doi.org/10.5007/2175-7968.2021.e85207