História da ciência e natureza da ciência: debates e consensos
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7941.2013v30n2p287Resumo
Desde pelo menos a década de sessenta do século passado, tem-se debatido acerca da necessidade da inserção de história da ciência nos currículos de disciplinas científicas. O ponto principal do debate dizia respeito à formação técnica dos cientistas, e ele chegou a um impasse argumentativo na década seguinte, em que tanto favoráveis quanto contrários à inserção pareciam ter bons argumentos para defender sua posição. Porém, desde o surgimento de Science Teaching, de Michael Matthews, em 1994, a argumentação a favor da inserção de história da ciência no ensino de disciplinas científicas tem sido conduzida a partir da importância conferida ao esclarecimento da natureza da ciência. Esta alteração do nível de debate permitiu aos defensores da inserção de história da ciência mostrar que a discussão não diz respeito apenas à formação técnica do cientista, mas ao entendimento de ciência por parte dos cientistas. Este artigo pretende, em primeiro lugar, apresentar um resumo desta discussão. Em seguida, temos por objetivo mostrar que o desfecho desta discussão promoveu na literatura sobre ensino de ciências no Brasil, no período entre 1996 e 2010, um consenso acerca da importância da inserção da história da ciência. Para isso apresentamos um levantamento bibliográfico de alguns periódicos nacionais, levantamento este que nos permite concluir acerca da inexistência de argumentação contrária à importância da discussão sobre a natureza da ciência. Por fim, retomamos a discussão inicial e mostramos, a partir do levantamento bibliográfico, que, ao contrário da discussão inicial sobre inserção de história no ensino – que abrigava tanto defensores quanto adversários –, a discussão sobre a natureza da ciência é marcada pelo consenso a respeito de sua importância.
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Caderno Brasileiro de Ensino de Física, Florianópolis, SC, Brasil - - - eISSN 2175-7941 - - - está licenciada sob Licença Creative Commons > > > > >