O voleibol e a participação de atletas trans: outro ponto de vista
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2020e62806Resumo
O objetivo deste ensaio teórico consistiu em evidenciar um conjunto de argumentações que possibilite a compreensão da participação de pessoas transgênero no Esporte. Como fonte de inspiração, debruçamo-nos sobre a “carta”, amplamente divulgada nas redes sociais, pela ex-atleta Ana Paula Henkel. A carta revela a posição contrária da ex-atleta à participação da atleta trans Tifanny Abreu na Superliga nacional de voleibol, despontando-se um uso argumentativo de forma erística que desconsidera conceitos discutidos e divulgados no meio esportivo e acadêmico. Nesse sentido, podemos desconfiar que essa temática tem suscitado debates limitados ao discurso biomédico e desconsiderado o contexto sociocultural da inserção desses/as atletas. Por fim, importa ressaltar a necessidade de novas investigações sobre o tema para acompanhamento criterioso dos limites e possibilidades da participação trans no Esporte.
Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
BAUMAN, Zygmunt. O mal estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
BOURDIEU, Pierre. O campo científico. In: ORTIZ, Renato (Org.). Pierre Bourdieu – Sociologia. São Paulo: Ática, 1983.
BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. Tradução Denice Barbara Catani. São Paulo: UNESP, 2004.
BRACHT, Valter. Sociologia crítica do esporte: uma introdução. 3. ed. Ijuí-RS: UNIJUI, 2005. v. 1. 136p.
CASTRO, Pedro Henrique Zubich et al. A produção científica em Educação Física de 2001 a 2010: caminhos da construção de um campo. Movimento, Porto Alegre, v. 23, n. 3, p. 869-882, 2017.
COLEMAN, Eli et al. Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com variabilidade de gênero. Associação Mundial Profissional para a Saúde Transgênero. Trad. Lukas Berredo, 7. versão, p. 1-123, 2012. Disponível em: https://www.wpath.org/media/cms/Documents/SOC%20v7/SOC%20V7_Portuguese.pdf. Acesso em 27 Dez. 2019.
DAOLIO, Jocimar. O ser e o tempo da pesquisa sociocultural em Educação Física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 29, n. 1, p 49-60, jul. 2007.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 19 ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 2: O uso dos prazeres. 5 ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. 2 ed. São Paulo: Ed. UNESP, 2011.
HARPER, Joanna. Race Times for Transgender Athletes. Journal of Sporting Cultures and Identities, v. 6, p. 1-9, 2015.
HARPER, Joanna; BETANCURT, Jonathan Ospina; MARTÍNEZ-PATIÑO, Maria Jose. Analysis of the Performance of Transgender Athletes. Disponível em: https://www.sportsci.org/2016/WCPASabstracts/ID-1699.pdf. Acesso em 05. Fev. 2019.
LARROSA, Jorge. O ensaio e a escrita acadêmica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 28, n. 2, p. 101-115, jul./dez. 2003.
LIAKOPOULOS, Miltos. Análise argumentativa. In: BAUER, Martin W.; GASKELL, George. (Orgs.); Pesquisa qualitativa com texto: imagem e som: um manual prático. Tradução de Pedrinho A. Guareschi. Petrópolis-RJ: Vozes, 2002.
LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarola, 2004.
LÜDORF, Sílvia Maria Agatti. Panorama da pesquisa em Educação Física da década de 90: análise dos resumos de dissertações e teses. Revista Educação Física da UEM, Maringá, v. 13, n. 2, p. 19-25, 2002.
LÜDORF, Sílvia Maria Agatti; CASTRO, Pedro Henrique Zubcich Caiado de. Realidades da pós-graduação em Educação Física: manutenção ou desmonte das subáreas sociocultural e pedagógica? In: TELLES, Sílvio; LÜDORF, Sílvia; PEREIRA, Erik (Orgs.). Pesquisa em Educação Física: perspectivas sociocultural e pedagógica em foco. 1ed. Rio de Janeiro: Autografia, 2017, v. 1, p. 21-29.
MATOS, Naiara da Rocha et al. Discussão de gênero nas aulas de Educação Física: uma revisão sistemática. Motrivivência, Florianópolis, v. 28, n. 47, p. 261-277, mai. 2016.
PEREIRA, Erik Giuseppe Barbosa; PONTES, Vanessa Silva; RIBEIRO, Carlos Henrique de Vasconcellos. Jogos Olímpicos de Londres 2012: brasileiros e brasileiras em foco. Revista Educação Física da UEM, Maringá, v. 25, n. 2, p. 257-271, jun. 2014.
PITSILADIS, Yannis et. al. Beyond Fairness: The Biology of Inclusion for Transgender and Intersex Athletes. Current Sports Medicine Reports, v. 15, n. 6, p. 386-388, nov./dec. 2016.
QUARTIERO, Eliana Teresinha; NARDI, Henrique Caetano. Escola inclusiva e não-sexista? Políticas Públicas e Produção de Subjetividades. In: Seminário Internacional Fazendo Gênero, 8., 2008, Florianópolis. Anais... Florianópolis: Seminário Internacional Fazendo Gênero, 2008. p. 1-5. Comunicações Livres. Disponível em: http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/st33.html. Acesso em: 08 jul. 2019.
REZENDE, Regis Machado; PASSOS, Adriano. As Mentiras que te Contaram Sobre a Presença de Tiffany na Superliga. Disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/mentiras-que-te-contaram-sobre-presen%C3%A7a-de-tiffany-na-maira-reis. Acesso em 05 Fev. 2019.
ROSSI, Alexandre José. Políticas para homossexuais: uma breve análise do programa Brasil sem homofobia e do tema transversal orientação sexual. In: Seminário Internacional Fazendo Gênero, 8., 2008, Florianópolis. Anais... Florianópolis: Seminário Internacional Fazendo Gênero, 2008. p. 1-7. Comunicações Livres. Disponível em: http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/st46.html. Acesso em: 08 jul. 2019.
SCOTT, Joan. “Gênero: Uma categoria útil de análise histórica”. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995.
SERRANO, Jéssica Leite; CAMINHA, Iraquitan de Oliveira; GOMES, Isabelle Sena. Transexualidade e educação física: uma revisão sistemática em periódicos das ciências da saúde. Movimento, Porto Alegre, v. 23, n. 3, p. 1119-1132, jul./set. de 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores dos textos enviados à Motrivivência deverão garantir, em formulário próprio no processo de submissão:
a) serem os únicos titulares dos direitos autorais dos artigos,
b) que não está sendo avaliado por outro(s) periódico(s),
c) e que, caso aprovado, transferem para a revista tais direitos, sem reservas, para publicação no formato on line.
Obs.: para os textos publicados, a revista Motrivivência adota a licença Creative Commons “Atribuição - Não Comercial - Compartilhar Igual 4.0 Internacional” (CC BY-NC-SA).