Os limites da Revolução Atlântica: poder indígena, espectros de São Domingos e a Conspiração de Maracaibo de 1799
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2022.e86968Palavras-chave:
Revolução Haitiana, mundo atlântico, soberania indígena, Nova Granada e Venezuela, pardos (gente livre de cor)Resumo
Em Maracaibo de 1799, as autoridades espanholas achavam ter descoberto uma trama revolucionária para derrubar a monarquia espanhola e instalar uma república nos moldes de São Domingos. Nos relatos históricos existentes, oficiais espanhóis, pardos (gente livre de cor) em Maracaibo e uma tripulação atlântica de marinheiros vindos de Porto Príncipe desempenham os papéis principais. Embora as autoridades espanholas também tenham afirmado que os índios guajiros estavam coordenando e cooperando com a tripulação, eles aparecem como atores periféricos. Como os guajiros e seus aliados eram mais numerosos e poderosos do que qualquer grupo não indígena na área, e controlavam o território e as vias navegáveis e caminhos de que dependia parte do comércio com Nova Granada, ressaltamos a centralidade dos padrões indígenas de comércio, guerra, política e diplomacia para explicar os acontecimentos nesse canto do Atlântico revolucionário. Assim, e para especificar os limites da revolução atlântica, insistimos na necessidade de estudar micro-histórias de determinados líderes guajiros e suas redes territoriais de parentesco, bem como de oficiais espanhóis e capitães e tripulações de navios particulares das colônias europeias.
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