A economia moral a bordo de navios portugueses no século XVIII: direitos em declínio e a luta pela sua manutenção
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2024.e98587Palavras-chave:
Trabalhadores do mar, História Marítima, JustiçaResumo
A partir da noção de economia moral, utilizada por E. P. Thompson em seus estudos sobre a sociedade inglesa do século XVIII, abordo as relações entre marinheiros e oficiais e donos de navios mercantes portugueses do mesmo período. Particularmente, é tratada a questão dos direitos declinantes, entre eles as liberdades ou gasalhados, ou seja, o direito dos marujos de embarcar mercadorias sem pagar fretes para dispor delas em relações comerciais nas escalas ou no destino final das viagens marítimas. O declínio desses direitos, em termos positivos e costumeiros, levou a uma contínua luta pela sua manutenção, bem como pela preservação de outras conquistas pelos trabalhadores do mar: a avaliação justa no trabalho, uma remuneração condizente e igualitária nas diferentes funções, o tratamento de saúde quando necessário, a oferta de materiais de uso cotidiano quando embarcavam e bebida e alimentação adequados ao consumo dos embarcados.
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