Feminismo Negro na Literatura Angolana
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2024v32n287455Palavras-chave:
Deolinda Rodrigues, feminismo negro, literatura angolanaResumo
No presente artigo, nos propomos a uma análise interseccional do Diário de um exílio sem regresso (publicado em 2003) escrito entre 1956 e 1967 pela ativista e combatente angolana Deolinda Rodrigues. Procuramos apresentar como a vida e a obra de Deolinda Rodrigues podem contribuir para os estudos interseccionais de gênero, evidenciando que as ideias da autora no período das lutas anticoloniais eram confluentes com as do feminismo negro; para isso, partimos das análises bibliográficas e documental da obra citada. Os principais resultados encontrados nessa investigação apontam que as contribuições de Deolinda Rodrigues nos permitem repensar as genealogias do feminismo negro. Pontuamos a importância de contar com mais pesquisas sobre autoras negras que ajudaram a construir a história de países africanos através da literatura, do ativismo e da experiência.
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