In the times of “black gold”: the Mebêngôkre-Kayapó and the rubber economy in south of Pará in the first two decades of the 20th century
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2025.e100683Keywords:
rubber, south of Pará, Mebêngôkre (Kayapó)Abstract
In the early 20th century, with the discovery of rubber in southern Pará, the religious mission of Nossa Senhora de Conceição do Araguaia, founded in 1897 by French Dominican missionaries, underwent a profound transformation due to the influx of migrants from various regions of Brazil to work in rubber extraction. In this context, indigenous groups in the region, particularly the Mebêngôkre (Kayapó), actively participated in this commercial process by trading their production and also engaging in rubber extraction labor. Research on indigenous experiences during this period is scarce, often relying on the accounts of the Dominican missionaries who portrayed indigenous peoples as helpless victims the interests of rubber barons. Therefore, drawing on travelers' reports and a documentary corpus produced by the Dominican missionaries, this article aims to reflect on the agency of the Mebêngôkre (Kayapó) during the rubber boom in southern Pará starting from 1904.
References
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais no Rio de Janeiro. 2a ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2013.
AUDRIN, José M. Entre sertanejos e índios do Norte. Rio de Janeiro: Edições Pugil, 1946.
BALDUS, H. O xamanismo na aculturação de uma tribo tupi do Brasil Central. Revista do Museu Paulista, n. 15, p. 319-27, 1964.
BRAGA, Bruno Miranda. A cidade, os índios e a belle époque: Manaus no final do Século XIX (Amazonas – Brasil). Revista de História da UEG, n. 5, v. 1, p. 103-123, 2016.
BRAGA, Bruno Miranda. Manáos uma aldeia que virou Paris: saberes e fazeres indígenas na Belle Époque Baré, 1845-1910. 340 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2016.
CARDOSO, Antônio Alexandre Isidio. O Eldorado dos deserdados: indígenas, escravos, migrantes, regatões e o avanço rumo ao oeste amazônico. 2018. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
COSTA, Francisco de Assis. A formação agropecuária na Amazônia: os desafios do desenvolvimento sustentável. Belém: NAEA-UFPA, 2012.
COUDREAU, H. Viagem à Itaboca e ao Itacaiúnas. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1980.
DAOU, Ana M. L. A cidade, o teatro e o paiz das seringueiras: práticas e representações da sociedade amazonense na passagem do século XIX-XX. Rio de Janeiro: Rio Books, 2014.
EMMI, Marília. A oligarquia do Tocantins e o domínio dos castanhais. Belém: CFCH/NAEA/UFPA, 1987.
FLORES, Mariana Flores da Cunha Thompson; FARINATTI, Luís Augusto. A fronteira manejada: apontamentos para uma história social da fronteira meridional do Brasil (século XIX). In: HEINZ, Flavio M (org.). Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina. São Leopoldo: Oikos, 2009. p. 145-177.
GALLAIS, E. O apóstolo do Araguaia: frei Gil Vilanova, missionário dominicano. Conceição do Araguaia: Prelazia de Conceição do Araguaia, 1942.
GORDON, C. Economia selvagem: ritual e mercadoria entre os índios Xikrin Mebêngôkre. São Paulo: Ed. Unesp; ISA, 2006.
GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz. Cidades da mineração: memórias e práticas culturais (Mato Grosso na primeira metade do século XXI). Cuiabá: EdUFMT, 2006.
HEINZ, Flavio M. (org.). Experiências nacionais, temas transversais: subsídios para uma história comparada da América Latina. São Leopoldo: Oikos, 2009.
HENRIQUE, Márcio Couto. O ouro negro e a escravidão vermelha: trabalho compulsório de índios na economia da borracha, Amazônia. In: SULIMAN, Sara da Silva; CENTURIÓN, Sara Concepción Chena (org.). História indígena e do indigenismo na Amazônia. 1a ed. [S.l.]: Pedro e João Editores, 2018.
HENRIQUE, Márcio Couto. Sem Vieira nem Pombal: índios na Amazônia no século XIX. Rio de Janeiro: EdUerj, 2018.
IANNI, Otávio. A luta pela terra: história social da terra e da luta pela terra numa área da Amazônia. Petrópolis: Vozes, 1979.
KRAUSE, F. Nos sertões do Brasil. Revista do Arquivo Municipal, ano 6, v. 70, p. 155, set. 1940.
LIMA, Milton Pereira. O discurso dos missionários dominicanos sobre os indígenas do Araguaia na revista Cayapós e Carajás. 157f. Dissertação (Mestrado em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia) – Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia, Unifesspa, Marabá, 2019.
LINK, Rogério Sávio. Vivendo entre mundos: o povo Apurinã e a última fronteira do Estado brasileiro nos séculos XIX e XX. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.
MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social, Rev. Sociol. USP, São Paulo, n. 8, ano 1, p. 25-70, maio 1996.
MEIRA, M. A persistência do aviamento: colonialismo e história indígena no Noroeste Amazônico. São Carlos: EdUFSCar, 2018.
MINTZ, Sidney W. Cultura: uma visão antropológica. Tempo, Niterói, v. 14, n. 28, 2010.
MONTEIRO, John M. Tupis, tapuias e historiadores: estudos de história indígena e do indigenismo. 2001. Tese (livre docência) – Unicamp, Campinas, 2001.
MOREIRA NETO, C. A. A cultura pastoril do Pau d’Arco. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi, Belém, n. 10, mar. 1960.
PESSOA, Alba Barbosa. Infância e trabalho: dimensões do trabalho infantil na cidade de Manaus. (1890- 1920). 2010. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2010.
PIC, Claire. Les dominicains de Toulouse au Brésil (1881-1952): de la mission a l’apostolat intellectuel. 2014. 338 f. Thèse (Doctorat en Histoire) – École doctorale TESC, Université Toulouse II - Le Mirail, Toulouse, 2014.
RIBEIRO, Darcy. Os índios e a civilização: a integração das populações indígenas no Brasil moderno. 7a ed. Global Editora: [1970] 2017.
REZENDE, Ivana Otto. Os órfãos da cidade do látex (1897-1923). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2012. p. 188.
ROCHA, Leandro Mendes. O Estado e os índios: Goiás, 1850-1889. Goiânia: Editora UFG, 1998. HEMMING, John. Fronteira amazônica: a derrota dos índios brasileiros. São Paulo: Edusp, 2009.
SANTOS, Roberto Araújo de Oliveira. História econômica da Amazônia: 1800-1920. São Paulo: Série Estudos Brasileiros, 1980.
SARGES, Maria de Nazaré. Belém: riquezas produzindo a Belle Époque (1879-1912). 3a ed. Belém: Ed. Paka- Tatu, 2010.
SCHADEN, Egon. Aculturação e assimilação dos índios do Brasil. Revista do Instituto de Estudos brasileiros, São Paulo, n. 2, p. 7-14, 1967.
SCHADEN, Egon. Aculturação indígena. São Paulo: Ed. Pioneira/Ed. da Universidade de São Paulo, 1969.
SENA, Laécio Rocha de. “Um país selvagem”: os Mebêngôkre-Irã Amrayré e a fronteira Araguaia na segunda metade do século XIX. 2021. Tese (Doutorado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2021.
SILVA, Fábio Carlos da. A economia pastoril e os primórdios do capitalismo na região do Araguaia paraense (1890-1960). Novos Cadernos NAEA, v. 10, n. 1, p. 5-22, jun. 2007.
SILVA, Hermano Ribeiro da. Nos sertões do Araguaia: narrativas da expedição às glebas bárbaras do Brasil central. São Paulo: Cultura Brasileira, 1935.
WEINSTEIN, Bárbara. A borracha na Amazônia: expansão e decadência (1850-1920). São Paulo: Hicitec- Edusp, 1993.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo (org.). Mitos indígenas inéditos na obra de Curt Nimuendaju. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n. 21, 1986.
TRUBILIANO, C. A. B. Apontamentos sobre a economia da borracha e a exploração da mão de obra indígena em Rondônia. Revista Ñanduty, v. 5, n. 7, p. 45-63, 2017.
TURNER, T. Os Mebêngôkre Kayapó: história e mudança social, de comunidades autônomas para a coexistência interétnica. In: CARNEIRO DA CUNHA, M. (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Fapesp/SMC/Companhia das Letras, 1992.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
The authors assign to Revista Mundos do Trabalho the exclusive rights of first publication, with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License (CC BY) 4.0 International. This license allows third parties to remix, adapt and create from the published work, giving due credit for authorship and initial publication in this journal. Authors are authorized to take additional contracts separately, for the non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g. publish in an institutional repository, personal website, publish a translation, or as a book chapter), with authorship and publication in this journal.



