Um ofício da escravidão: o trabalho dos feitores no Brasil oitocentista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2022.e86798

Palavras-chave:

feitores, escravidão, sítios, engenhos

Resumo

No Brasil e em outras áreas escravistas do Novo Mundo, a figura do feitor esteve sempre associada ao trato violento e à punição dos escravizados. A documentação pontua esses momentos de tensão, onde o chicote dava a tônica da relação. Porém, nem sempre de ações violentas se constituiu o trabalho desses feitores. O presente artigo é uma tentativa de entender melhor o trabalho e o cotidiano dos homens que se dedicavam a esse tipo de ofício. O enfoque dado a essa pesquisa são os feitores dos sítios do Recife (e seus subúrbios) e aqueles que conduziam o trabalho na grande lavoura canavieira em Pernambuco ao longo do século XIX. Estudando esses trabalhadores é possível entender as permanências, mudanças e transformações que esse oficio sofreu ao longo do tempo e de como esse tipo de ocupação ficou associado definitivamente à escravidão.

Biografia do Autor

Bruno Augusto Dornelas Câmara, Universidade de Pernambuco - UPE/Campus Garanhuns

Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professor Adjunto da Universidade de Pernambuco UPE/Campus Garanhuns. Docente Permanente do Programa de Mestrado Profissional em Culturas Africanas, da Diáspora, e dos Povos Indígenas - PROCADI da Universidade de Pernambuco (UPE) e Docente Colaborador do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

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Publicado

2022-10-07

Como Citar

DORNELAS CÂMARA, Bruno Augusto. Um ofício da escravidão: o trabalho dos feitores no Brasil oitocentista. Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 14, p. 1–25, 2022. DOI: 10.5007/1984-9222.2022.e86798. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/86798. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos