Um ofício da escravidão: o trabalho dos feitores no Brasil oitocentista
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2022.e86798Palavras-chave:
feitores, escravidão, sítios, engenhosResumo
No Brasil e em outras áreas escravistas do Novo Mundo, a figura do feitor esteve sempre associada ao trato violento e à punição dos escravizados. A documentação pontua esses momentos de tensão, onde o chicote dava a tônica da relação. Porém, nem sempre de ações violentas se constituiu o trabalho desses feitores. O presente artigo é uma tentativa de entender melhor o trabalho e o cotidiano dos homens que se dedicavam a esse tipo de ofício. O enfoque dado a essa pesquisa são os feitores dos sítios do Recife (e seus subúrbios) e aqueles que conduziam o trabalho na grande lavoura canavieira em Pernambuco ao longo do século XIX. Estudando esses trabalhadores é possível entender as permanências, mudanças e transformações que esse oficio sofreu ao longo do tempo e de como esse tipo de ocupação ficou associado definitivamente à escravidão.
Referências
ALENCASTRO, Luiz Felipe de; RENAUX, Maria Luiza. “Caras e modos dos migrantes e imigrantes”. In: História da Vida Privada no Brasil; 02 (Império: a corte e a modernidade nacional). São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
BANDEIRA, Julio; LAGO, Pedro Corrêa do. Debret e o Brasil. Obra completa 1816-1831. Rio de Janeiro: Capivara, 2009.
FARIA, Sheila de Castro. Verbete “Feitor”. In: VAINFAS, Ronaldo (org.). Dicionário do Brasil Colonial (1500-1808). Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
FRAGA, Walter. Encruzilhadas da liberdade: Histórias de escravos e libertos na Bahia (1970-1910). 2ª edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
GOMES, Amanda Barlavento. A trajetória de vida do Barão de Beberibe, um traficante de escravos no Império do Brasil, 1820-1855. 2016. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal de Pernambuco, 2016.
LAMOUNIER, Maria Lúcia. Da escravidão ao trabalho livre: a lei de locação de serviços de 1879. Campinas-SP: Papirus, 1988.
LARA, Silvia Hunold. Campos da violência: escravos e senhores na Capitania do Rio de Janeiro, 1750-1808. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
LOPES, Nei. Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro, 2004.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Diário de Pernambuco: Economia e Sociedade no 2º Reinado. Recife: Editora Universitária da UFPE, 1996.
MOURA, Clóvis. Dicionário da Escravidão Negra no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
SANTOS, Maria Emília Vasconcelos dos. Os significados do 13 de maio: a abolição e o imediato pós-abolição para os trabalhadores dos engenhos da Zona da Mata Sul de Pernambuco (1884-1893). 2014. Tese (Doutorado em História) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.
SOUZA, Arthur Danillo Castelo Branco. Carapuça a quem servir: fugas, roubos e tráfico de escravos no Pernambuco Imperial (1850-1873). 2019. Dissertação (mestrado em História) - Universidade Federal de Pernambuco, 2019.
TOLLENARE, L. F. de. Notas Dominicais. Recife: Governo do Estado de Pernambuco; Secretaria de Educação e Cultura; Departamento de Cultura, 1978.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores cedem à Revista Mundos do Trabalho os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International. Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.