Editorial v. 15

Resumen

A historiografia brasileira tem desempenhado papel crucial na renovação da História Social do Trabalho, combinando estudos sobre escravidão e trabalho industrial. O GT Mundos do Trabalho, fundado em 2000, consolidou essas abordagens, destacando-se no cenário internacional. John Monteiro, em 2006, destacou como os estudos regionais desafiaram modelos lineares de transição do trabalho forçado ao assalariado, enfatizando a agência social e estratégias subalternas de resistência. A edição da revista Mundos do Trabalho reforça essa vitalidade com dois dossiês temáticos. O primeiro, sobre mineração nos séculos XV-XVIII, explora sistemas laborais no Brasil, Bolívia e México, abordando as culturas trabalhistas e suas dinâmicas simbólicas. O segundo analisa relações raciais nos mundos do trabalho, destacando conflitos étnico-raciais e ativismo negro no período escravista e pós-abolição. A seção livre traz nove artigos que ampliam debates contemporâneos, como precariedade laboral, solidariedade de classe e segurança alimentar. Destacam-se estudos sobre mobilizações trabalhistas na Primeira República, resistência operária na Argentina e recepções da Comuna de Paris no Brasil. Outras seções incluem debates sobre o livro de John D. French e resenhas multilíngues, ampliando diálogos internacionais. A revista reafirma sua relevância ao conectar história social e questões atuais dos trabalhadores.