Jorge “Amado” pela China: uma abordagem historiográfica da tradução de obras de Jorge Amado na China (1949-1976)
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e97152Palavras-chave:
Poder, Tradução, Jorge Amado, ChinaResumo
Sendo o escritor de língua portuguesa mais traduzido na China, Jorge Amado tem 18 de seus títulos traduzidos para o chinês e foi o primeiro escritor brasileiro a ser publicado em chinês, após a fundação da República Popular da China (RPC), em 1949. A qualidade de membro do Partido Comunista do Brasil e a militância ativa na política do escritor brasileiro eram amados pelo jovem governo chinês, que apresentou, pela primeira vez, Jorge Amado aos leitores chineses em 1951, quando ele recebeu o Prémio Stalin da Paz entre os Povos, cujo critério prevalecente era político e ideológico. Na identidade dupla que lhe foi atribuída, o “lutador pela paz” era mais destacado do que o “poeta”. As quatro primeiras traduções de obras de Jorge Amado desde a fundação da RPC até o término da Revolução Cultural na China em 1976, serão apresentadas de forma historiográfica neste artigo, com o objetivo de mostrar como a tradução faz parte da típica institucionalização da tradução literária da China, em que os fatores, como poder e ideologia, exerceram plena manipulação sobre esta comunicação cultural ocorrida no contexto chinês.
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