Fui reprovado! E agora? Um estudo das relações entre os sentidos atribuídos às reprovações e as intenções de persistência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7941.2024.e94082

Palavras-chave:

Evasão, Persistência, Autorregulação, Física

Resumo

Ainda que trabalhos argumentem que reprovações excessivas e a decisão dos estudantes de evadir ou persistir em seus cursos sejam diretamente relacionados, evidências mostram que essa vinculação é na verdade mediada pelos sentidos que eles atribuem às reprovações. A construção e a atribuição desse sentido consistem em um processo dinâmico de reorganização e regulação da cognição. Os estudantes avaliam suas ações, refletem sobre as causas determinantes de seu desempenho e reagem buscando obter êxito em seus objetivos, ou seja, mobilizam subfunções cognitivas autorregulatórias de autoavaliação, atribuição causal e autorreação. Embasados na Teoria Social Cognitiva e na concepção de Bandura sobre autorregulação, investigamos quais os principais sentidos que os estudantes atribuem às suas reprovações e como esses sentidos influenciam a decisão de evasão ou persistência. Para tanto, elaboramos e aplicamos um questionário on-line com 65 estudantes de cursos de Física ou com ênfase em Física que já foram reprovados ao menos uma vez. Os resultados indicam que as reprovações são concebidas, majoritariamente, como uma experiência negativa, de modo que alguns estudantes tendem a compreendê-la como algo intrínseco e insuperável, o que contribui para uma menor intenção de persistência. No entanto, estudantes que realizaram autoavaliações negativas autorreagiram de modo positivo, demonstrando maior intenção de persistência. Os resultados evidenciam a potencialidade da análise multidimensional de sentidos para o planejamento e proposição de ações de ressignificação de experiências consideradas estressoras, como as reprovações.

Biografia do Autor

Bianca Vasconcelos do Evangelho Franco, Centro Educacional Santa Isabel

Licenciada em Física pela Universidade Federal do Pampa, Campus Bagé (UNIPAMPA, 2018), obtendo na mesma Universidade o diploma de Mestra em Ensino (UNIPAMPA, 2020). Doutora em Ensino de Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2024). Atualmente, é professora de Matemática para o Ensino Fundamental Anos Finais no Centro Educacional Santa Isabel, Viamão, RS.

Tobias Espinosa, Universidade Federal do Rio Grande

Licenciado em Física pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, 2013), Mestre em Ensino de Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2016) e Doutor em Ensino de Física também pela UFRGS (2019). Atualmente é professor Adjunto A do Instituto de Matemática, Estatística e Física (IMEF) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), docente permanente e coordenador adjunto do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas da FURG e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física da UFRGS.

Leonardo Albuquerque Heidemann, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Licenciado em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2008), obtendo na mesma Universidade os diplomas de Mestre em Ensino de Física (UFRGS, 2011) e de Doutor em Ensino de Física (UFRGS, 2015). Desde 2016, é Professor Adjunto e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física do Instituto de Física (PPGEnFis) da UFRGS. É coordenador do Centro de Referência para o Ensino de Física (CREF) da UFRGS desde 2017.

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Publicado

2024-08-01

Como Citar

Franco, B. V. do E., Espinosa, T., & Heidemann, L. A. (2024). Fui reprovado! E agora? Um estudo das relações entre os sentidos atribuídos às reprovações e as intenções de persistência. Caderno Brasileiro De Ensino De Física, 41(1), 224–257. https://doi.org/10.5007/2175-7941.2024.e94082

Edição

Seção

Currículo de Ciências/Física

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