Paratextos e tradução: o modus operandi de Eugénio de Andrade
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e89607Palavras-chave:
paratextos, tradução, eugénio de andrade, poesia, método tradutórioResumo
A atividade tradutória de Eugénio de Andrade constitui uma parte conspícua, porém pouco estudada, da sua produção. O poeta não deixou estudos sistemáticos a esse propósito, mas acompanhou os seus trabalhos com reflexões breves e assistemáticas. No presente estudo analisaremos vários paratextos (Genette, 1987, Batchelor, 2018) com o objetivo de individuar o método tradutório do poeta e esclarecer a sua relação com esta atividade. Veremos como a prática tradutória comporta para o autor a análise comparativa das versões em várias línguas e o estudo filológico dos textos, delineando-se assim um método que apresenta elementos comuns com algumas das mais modernas teorias sobre a tradução (Buffoni, Meschonnic). A análise permitirá, ainda, mostrar que Eugénio de Andrade encara o texto como “texto em movimento”.
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