É tradução ou não é tradução? Uma revisão (e uma reformulação) do conceito de tradução intralingual
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e94351Palavras-chave:
Estudos da Tradução, Intralingualidade, Reformulação intralingual, Tradução IntralingualResumo
Este estudo tem como propósito revisar o conceito de tradução intralingual (INTRA), de modo a caracterizar essa atividade como uma tarefa de tradução e como sendo objeto de interesse dos Estudos da Tradução. É a partir do debate sobre o lugar, o status e a definição da tradução intralingual (Zethsen & Hill-Madsen, 2016), que apresentamos critérios encontrados na literatura para caracterizar tradução que incluem a INTRA. Posteriormente, sugerimos uma reformulação do conceito de INTRA. Abdicando-nos do hiperônimo “Tradução”, apresentamos a proposta do conceito de Reformulação Intralingual como um hiperônimo que melhor abarca as diferentes tarefas de reformulação que podem existir entre dialetos, sistemas e representações de uma mesma língua. A oposição entre Reformulação Interlingual e Reformulação Intralingual capta a essência da tarefa de reformulação e ainda especifica a distinção entre interlingualidade e intralingualidade. Outro ganho com o emprego do termo Reformulação Intralingual é deixar claro que esse é, por si só, um hiperônimo e que não há um único tipo de atividade intralingual, mas diferentes tarefas que podem ser assim entendidas.
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