Revisão sistemática sobre práticas corporais na perspectiva das práticas integrativas e complementares em saúde
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8042.2018v30n55p227Resumo
Este artigo investigou o conteúdo de produções científicas sobre práticas corporais relacionadas às perspectivas integrativas e complementares em saúde, visando compreender seu potencial terapêutico. Mediante busca por 13 palavras-chave no Portal de Periódicos da CAPES, foram encontrados 228 artigos e analisados os que enfocaram alguma prática corporal, totalizando oito. A maioria dos estudos avaliou propostas de intervenção – com yoga, técnicas corporais, RIME, massagem e calatonia; outros foram validação de questionário sobre mindfulness, ensaio teórico sobre reiki e relato de experiência sobre curso de toque terapêutico. Os artigos indicaram que as práticas corporais têm potencialidades para a saúde, expressas em sensações de relaxamento, alívio de dores, aumento do bem-estar, diminuição da ansiedade e estresse, melhora do sono, impactos sobre sintomas de doenças, além de contribuições para os processos de autocuidado e ressignificação das formas de conceber e lidar com os processos saúde-doença, levando em consideração dimensões materiais e imateriais do corpo.
Referências
ANTUNES, P. C.; SILVA, A. M.; BAPTISTA, T. J. R. A matematização da vida: uma análise das produções científicas do campo da Educação Física acerca de pessoas na meia-idade. Pensar a Prática, Goiânia, v. 16, p. 849-868, 2013.
BARROS, N. F. de. et al. Yoga e promoção da saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 4, p. 1305-14, 2014.
BORGES, T. P. et al. Aplicação da massagem para lombalgia ocupacional em funcionários de Enfermagem. Revista Latino-Americana de Enfermagem, n.3, v. 20, maio-jun, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Práticas Alternativas e Complementares no SUS, Brasília, 2006.
_____. Portaria n.145 de 11 de janeiro de 2017. Altera procedimentos na Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais no SUS para atendimento na Atenção Básica.
______. Relatório final da VIII Conferência Nacional de Saúde. Brasil, 1986. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/8_conferencia_nacional_saude_relatorio_final.pdf >. Acessado em 26/04/2017.
CANADÁ. Carta de Ottawa para a promoção da saúde. 1986. Disponível em <http://www.opas.org.br/cartas>. Acessado em 26/04/2017.
CONTATORE, O. A. et al. Uso, cuidado e política das práticas integrativas e complementares na Atenção Primária à Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v.10, n.20, p.3263-3273, 2015.
ELIAS, A. C. A.; GIGLIO, J. S.; PIMENTA, C. A. M. Análise da natureza da dor espiritual apresentada por pacientes terminais e o processo de sua re-significação através da intervenção relaxamento, imagens mentais e espiritualidade (RIME). Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 16, n. 6, nov-dez, 2008.
HOGA, L. A. K.; REBERTE, L. M. Técnicas corporais em Grupo de Gestantes: a experiência dos participantes. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 59, n.3, mai-jun, p. 308-13, 2006.
HIRAYAMA, M. S. et al. A percepção de comportamentos relacionados à atenção plena e a versão brasileira do Freiburg Mindfulness Inventory. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 9, p. 3899-3914, 2014.
IMPOLCETTO, F. M. et al. As práticas corporais alternativas como conteúdo da Educação Física escolar. Pensar a Prática, Goiânia, v.16, n.1, p.267-281, jan/mar, 2013.
LAZZAROTTI FILHO, A. et al. O termo práticas corporais na literatura científica brasileira e suas repercussões no campo da Educação Física. Movimento, Porto Alegre, v.16, n.1, p.11-29, 2010.
LUZ, M. T. Racionalidades médicas e terapêuticas alternativas. Cadernos de Sociologia, v.7, p.109-128, 1995.
_____. Novos saberes e práticas em Saúde Coletiva: estudos sobre racionalidades médicas e atividades corporais. São Paulo: Hucitec, 2003.
LUZ, M. T.; BARROS, N. F. (orgs). Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas em Saúde: estudos teóricos e empíricos. Rio de Janeiro: UERJ/IMS/LAPPIS, 2012.
MARTINS, P. H. As outras medicinas e o paradigma energético. In: LUZ, M.T.; BARROS, N.F. (orgs). Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas em Saúde: estudos teóricos e empíricos. Rio de Janeiro: UERJ/IMS/LAPPIS, 2012, p.309-342.
MELO, C. K.; SCHNEIDER, M. D.; ANTUNES, P. C. O corpo respir-ação na busca do equilíbrio da vida: elementos para uma (re)significação das práticas corporais. In: SILVA, A. M.; DAMIANI, I. R. Práticas Corporais: construindo outros saberes em Educação Física. Florianópolis: Naemblu Ciência e Arte, 2006, p. 21-40.
MINAYO, M. C. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11ª ed. São Paulo: Hucitec, 2008.
NAGAI, S. C.; QUEIROZ, M. S. Medicina complementar e alternativa na rede básica de serviços de saúde: uma aproximação qualitativa. Ciência & Saúde Coletiva, n.16, v.3, p.1793-1800, 2011.
NASCIMENTO, M. C.; NOGUEIRA, M. I.; LUZ, M. T. Produção científica em racionalidades médicas e práticas em saúde. Cadernos de Naturologia e Terapias Complementares, v. 01, n. 01, p. 13-21, 2012.
NASCIMENTO, M. C et al. A categoria racionalidade médica e uma nova epistemologia em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, n. 18, v. 02, p. 3595-3604, 2013.
NOSOW. V.; PENICHE, A. C. G. Paciente cirúrgico ambulatorial: calatonia e ansiedade. Acta Paulista de Enfermagem, v. 20, n. 2, p. 161-7, 2007.
OMS. WHO Traditional Medicine Strategy 2014-2023. Genebra: OMS, 2014.
_____. Resolución WHA62.13, de 22 de mayo de 2009. Medicina Tradicional.
_____. Resolución WHA56.31, de 28 de mayo de 2003. Medicina Tradicional.
_____. Estrategia de la OMS sobre medicina tradicional 2002-2005. Genebra: OMS, 2002.
OTANI, M. A. P.; BARROS, N. F. A Medicina Integrativa e a construção de um novo modelo de saúde. Ciência & Saúde Coletiva, n. 16, v. 3, p. 1801-18011, 2011.
PAIM, J. S. Reforma sanitária brasileira: fundamentos para compreensão e crítica. Salvador: EDUFBA, Rio de janeiro: Fiocruz, 2008.
SILVA, M. J. P. da; BELASCO JÚNIOR, O. Ensinando o toque terapêutico: relato de uma experiência. Revista latino-americana de enfermagem, Ribeirão Preto, v, 4, n° especial, p, 91-100, abril 1996.
SILVA, A. M.; LAZZAROTTI FILHO, A.; ANTUNES, P. C. Práticas corporais. In: GONZÁLEZ, J. F.; FENSTENSEIFER, P. E. Dicionário crítico da Educação Física. Ijuí: Unijuí, 2015, p.522-528.
SPADACIO, C. et al. Medicinas alternativas e complementares: uma metassíntese. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 26, v. 01, p.07-13, 2010.
SOUSA, I. M. C. et al. Práticas integrativas e complementares: oferta e produção de atendimentos no SUS e em municípios selecionados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, n.28, v.11, p. 2143-2154, 2012.
TEIXEIRA, E. Reflexões sobre o paradigma holístico e holismo e saúde. Rev. Esc. Enf. USP, v.30, n.2, p. 286-90, ago. 1996.
TEIXEIRA, F. N. B. Reiki: religião ou prática terapêutica? Horizonte, Belo Horizonte, v. 7, n. 15, p.142-156, dez. 2009.
TESSER, C. D. Pesquisa e institucionalização das práticas integrativas e complementares e racionalidades médicas na Saúde Coletiva e no SUS: uma reflexão. In: LUZ, M.T.; BARROS, N.F. (orgs). Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas em Saúde: estudos teóricos e empíricos. Rio de Janeiro: UERJ/IMS/LAPPIS, 2012, p.251-284.
_____. Práticas complementares, racionalidades médicas e promoção da saúde: contribuições pouco exploradas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, n. 25, v.08, p. 1732-1742, 2009.
TESSER, C. D.; LUZ, M. T. Racionalidades médicas e integralidade. Ciência & Saúde Coletiva, v.13, n.1, p.195-206, 2008.
_____. Uma introdução às contribuições da epistemologia contemporânea para a medicina. Ciência & Saúde Coletiva, v.7, n.2, p.363-372, 2002.
URSS. Conferência internacional sobre cuidados primários em saúde. Alma-Ata. 1978. Disponível em: <http://www.opas.org.br/cartas>. Acessado em 26/04/2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores dos textos enviados à Motrivivência deverão garantir, em formulário próprio no processo de submissão:
a) serem os únicos titulares dos direitos autorais dos artigos,
b) que não está sendo avaliado por outro(s) periódico(s),
c) e que, caso aprovado, transferem para a revista tais direitos, sem reservas, para publicação no formato on line.
Obs.: para os textos publicados, a revista Motrivivência adota a licença Creative Commons “Atribuição - Não Comercial - Compartilhar Igual 4.0 Internacional” (CC BY-NC-SA).