Relançando o debate sobre o mutualismo no Brasil: as relações entre corporações, irmandades, sociedades mutualistas de trabalhadores e sindicatos à luz da produção recente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2010v2n4p12

Resumo

As sociedades mutualistas de trabalhadores no Brasil, entre meados do século XIX e as primeiras décadas do século XX, têm sido objeto de interpretações frequentemente diversas e conflitantes. Por um lado, parte dessas interpretações voltaram-se para essas sociedades como manifestações de uma forma particular de organização dos trabalhadores. Por outro lado, há interpretações que ressaltam o mutualismo como uma forma de seguro contra adversidades diversas, e em alguns casos adotou a teoria da escolha racional. Essa última abordagem fez da crítica à primeira uma de suas características. No entanto, longe de serem opostas essas duas abordagens conjuntamente contribuem de diferentes maneiras para o aprofundamento do conhecimento sobre as organizações da classe trabalhora e suas práticas.

 

Biografia do Autor

Claudio H. M. Batalha, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Professor do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

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Publicado

2010-01-01

Como Citar

BATALHA, Claudio H. M. Relançando o debate sobre o mutualismo no Brasil: as relações entre corporações, irmandades, sociedades mutualistas de trabalhadores e sindicatos à luz da produção recente. Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 2, n. 4, p. 12–22, 2010. DOI: 10.5007/1984-9222.2010v2n4p12. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/1984-9222.2010v2n4p12. Acesso em: 4 maio. 2024.