Feminismo, PCB e o debate sobre trabalho doméstico entre as décadas de 1940 e 1960: relações intragênero e as dimensões de raça/classe

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-9222.2022.e87244

Palavras-chave:

Feminismo, PCB, trabalho doméstico

Resumo

O artigo tem por objetivo analisar o debate sobre trabalho doméstico e direitos para trabalhadoras domésticas promovido por mulheres ligadas ao PCB entre as décadas de 1940 e 1960. Orientado por demandas colocadas pelas próprias mulheres trabalhadoras e por discussões que vinham sendo travadas internacionalmente, o movimento mobilizou problematizações que foram além do mundo do trabalho e do plano jurídico na medida em que desnaturalizou ideias enraizadas de que o trabalho doméstico e a gestão do cotidiano familiar eram “coisas de mulher”. Nesse sentido, pensou alternativas para “libertar” as mulheres do que chamou de “escravidão doméstica”.

Biografia do Autor

Iracélli da Cruz Alves, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestra em História pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Graduada em Licenciatura Plena em História pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). 

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Publicado

2022-12-14

Como Citar

ALVES, Iracélli da Cruz. Feminismo, PCB e o debate sobre trabalho doméstico entre as décadas de 1940 e 1960: relações intragênero e as dimensões de raça/classe. Revista Mundos do Trabalho, Florianópolis, v. 14, p. 1–21, 2022. DOI: 10.5007/1984-9222.2022.e87244. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/87244. Acesso em: 20 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: O PCB e os mundos do trabalho

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