A aula é de matemática! E agora? A importância do conhecimento extralinguístico para uma boa construção discursiva em Libras por parte do intérprete educacional
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e90914Palavras-chave:
Matemática, Surdo, Linguagem, Libras, Intérprete EducacionalResumo
Este texto, de caráter ensaístico, busca problematizar o enunciado de que o surdo é um sujeito visual no campo da Educação Matemática, bem como a propagada necessidade do uso de recursos visuais para o ensino e aprendizagem de matemática de estudantes surdos. Também busca problematizar a ideia de que a falta de sinais específicos em Libras para conceitos matemáticos é um dos principais entraves à atuação do intérprete educacional em aulas de matemática. A partir de um deslocamento de pensamento e das experiências docentes das autoras – uma enquanto formadora de tradutores-intérpretes de Libras, outra enquanto formadora de professores de matemática – com base em uma pesquisa referencial, defende-se que o investimento em uma boa construção discursiva por parte do professor e a construção do conhecimento extralinguístico por parte do intérprete são condições fundamentais para que os processos de comunicação em salas de aula inclusivas sejam potencializados e para uma boa construção do discurso matemático em Libras.
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