“Devemos contentar-nos com fazer uma revolução o mais nossa que seja possível”: trabalhadores na Revolta de 1924 em São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2023.e91648Palavras-chave:
Tenentismo, Revolta de 1924, TrabalhadoresResumo
A Revolta de 1924 em São Paulo contou com o envolvimento vultoso de trabalhadores. A partir da análise do processo judicial movido contra os revoltosos, foi possível contabilizar que os civis se faziam superiores numericamente aos militares e policiais amotinados. Além dos civis que compunham o operariado organizado, havia aqueles que viram no alistamento às forças revoltosas como uma possibilidade de sustento diante da fome e os que aderiram espontaneamente diante do protesto popular, que promoveu saques e incêndios intencionais nas fábricas e armazéns. Tal dado nos impulsiona a rever as definições do conceito tenentismo, que centralizam a agência dos militares detentores da patente de tenente e obscurecem os demais grupos que se envolveram no movimento.
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