Piratas, anamitas e traficâncias: um estudo sobre o engajamento de trabalhadores na Macau oitocentista
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2023.e92374Palabras clave:
trabalho sob contrato, Império português, MacauResumen
No terceiro quartel do século XIX, Macau, enclave português em território chinês, constituiu-se em importante porto de saída de trabalhadores sob contrato. Documentos oficiais testemunham a preocupação da metrópole portuguesa com o crescente fluxo de chineses, os tipos de contrato, o recrutamento, as condições de transporte e dos barracões onde aguardavam o embarque, além da repercussão externa envolvendo ingleses, franceses e chineses. Este artigo estuda a emigração forçada de um grupo de anamitas raptados no mar por piratas chineses e depois vendidos como emigrantes aos agentes de emigração em Macau. Um estudo de caso revelador de algumas das minúcias da rede de negócios capilarizada com objetivo de recrutar indivíduos e transformá-los em trabalhadores sob contrato para suprir a demanda mundial por mão de obra barata e disciplinada.
Citas
ANDERSON, Clare. Convicts and Coolies: Rethinking indentured labour in the Nineteenth Century. Slavery & Abolition, v. 30, n. 1. p. 93-109, 2009.
BREMAN, Jan; DANIEL, E. Valentine. Conclusion: the making of a coolie. The Journal of Peasant Studies, v. 19, n. 3-4, p. 268-295, 1992.
BURBANK, Jane; COOPER, Frederick. Impérios: uma nova visão da História Universal. São Paulo: Planeta, 2019.
FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências, séculos XIII a XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
FOURNIAU, Charles; THAO, Trinh Van; LE FAILLER, Philippe; MANCINI, Jean-Marie; RAFFI, Gilles; GANTÈS DE, Gilles (ed.). Le contact franco-vietnamien: Le premier demi-siècle (1858-1911). Aix-en-Provence: Presses Universitaires de Provence, 1999.
GONÇALVES, Paulo Cesar. Os limites do contrato: o engajamento de trabalhadores na periferia do capitalismo (séculos XIX-XX). Revista Latinoamericana de Trabajo y Trabajadores, n. 3, p. 19-54, 2021.
LIMA, Henrique Espada. Sob o domínio da precariedade: escravidão e os significados da liberdade de trabalho no século XIX. Topoi, v. 6, n. 11, p. 289-326, 2005.
LINDEN, Marcel van der. Trabalhadores do mundo: ensaios para uma história global do trabalho. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2013.
MEAGHER, Arnold J. The coolie trade: the traffic in Chinese laborers to Latin America, 1847-1874. Bloomington: Xlibris, 2008.
NORTHRUP, David. Indentured labor in the age of imperialism, 1834-1922. Nova York: Cambridge University Press, 1995.
ROSSUM, Mathias van. Coolie transformations – uncovering the changing meaning and labour relations of coolie labour in the Dutch Empire (18th and 19th Century). In: DAMIR-GEILSDORF, Sabine; LINDNER, Ulrike; MÜLLER, Gesine; TAPPE, Oliver; ZEUSKE, Michael (ed.). Bonded labour: global and comparative perspectives (18th–21st century). Bielefeld: Transcript Verlag, 2016, p. 83-102.
STANZIANI, Alessandro. Bondage: Labor and rights in Eurasia from the Sixteenth to the early Twentieth Centuries. Nova York; Londres: Berghahn Books, 2014.
TAPPE, Oliver; LINDNER, Ulrike. Introduction: Global variants of bonded labour. In: DAMIR-GEILSDORF, Sabine; LINDNER, Ulrike; MÜLLER, Gesine; TAPPE, Oliver; ZEUSKE, Michael (ed.). Bonded labour: global and comparative perspectives (18th–21st century). Bielefeld: Transcript Verlag, 2016, p. 9-34
VISENTINI, Paulo Fagundes. A Revolução Vietnamita: da libertação nacional ao socialismo. São Paulo: Editora Unesp, 2008.
ZEUSKE, Michael. Esclavitud. Una Historia de la humanidad. Pamplona: Katakrak Luburuak, 2018.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores ceden a la Revista Mundos del Trabajo los derechos exclusivos de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licencia Creative Commons Attribution (CC BY) 4.0 International. Esta licencia permite que terceros remueven, adapten y creen a partir del trabajo publicado, asignando el debido crédito de autoría y publicación inicial en este periódico. Los autores tienen autorización para asumir contratos adicionales por separado, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en este periódico (por ejemplo, publicar en repositorio institucional, en sitio personal, publicar una traducción, o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en este periódico.