Autonomia da mulher duplicada e sedução do estranho no Solaris de Tarkovsky

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2022v30n276463

Palavras-chave:

mulher, consciência trágica, estranho, Tarkovsky, Solaris

Resumo

Solaris, de Tarkovsky, converte a ficção científica de Stanislaw Lem em um drama trágico: um problema da consciência, mas um dilema também da ação. Se há um anti-herói dramático, Kris Kelvin, há também uma heroína trágica, Hary, e ambos são formas antagônicas e complementares de uma mesma consciência. Alguns efeitos se desdobram de tal hipótese, na ordem sucessiva da experiência do estranho: o pavor, a sedução e a familiaridade na relação com o duplo. Mas há um grau superior no caráter fantástico dessa história: a autonomia da mulher duplicada, seu discurso e sua decisão no desfecho, atitudes a partir das quais é possível fazer uma interpretação feminista do filme. O discurso de Hary representa uma crítica da condição histórica e existencial da mulher, e Hary, em contrapartida, encarna o drama de uma subjetividade inautêntica, conforme o pensamento de Simone de Beauvoir.

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Biografia do Autor

Jason de Lima e Silva, Universidade Federal de Santa Catarina

Professor de Filosofia do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina. Líder do grupo Filosofia, arte e educação, vinculado ao Diretório de pesquisa do CNPq. Editor da série Filosofia, arte e educação da Apoloro virtual edições.

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Publicado

2022-09-14

Como Citar

de Lima e Silva, J. (2022). Autonomia da mulher duplicada e sedução do estranho no Solaris de Tarkovsky. Revista Estudos Feministas, 30(2). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2022v30n276463

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