“A letra! O lixo!”: os desafios de traduzir James Joyce

Autori

  • Dirce Waltrick do Amarante Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2022.e92161

Parole chiave:

Finnegans Wake, Recriação, James Joyce

Abstract

Em Finnegans Wake (1939), de James Joyce, uma galinha chamada Belinda cisca dejetos numa lixeira e, no meio do lixo, ela encontra uma carta (A letter! A litter). Trata-se de uma carta escrita por Anna Livia Plurabelle, a protagonista de romance, cujo conteúdo pode salvar a reputação de seu marido Humphrey Chimpden Earwicker (HCE).  Contudo, essa carta, bicada pela galinha e imunda, está praticamente ilegível. Essa carta simbolizaria o próprio romance e desvendar o seu conteúdo é o objetivo das personagens e, diria, dos leitores. É possível, contudo, “desvendar” apenas uma parte dela, não o todo. Residiria aí também uma reflexão sobre leitura, a leitura de literatura que está sempre em construção ou que é fragmentária. Em Finnegans Wake o tradutor terá que lidar com a essa construção fragmentária e com “fragilidade” da informação estética e, por isso, é necessário que ele tenha domínio da língua de chegada para poder manter essas características na tradução, as quais se alcançaria por intermédio da recriação.

Riferimenti bibliografici

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Pubblicato

2022-12-29

Come citare

Waltrick do Amarante, D. (2022). “A letra! O lixo!”: os desafios de traduzir James Joyce. Cadernos De Tradução, 42(esp. 2), 1–16. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2022.e92161

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