Trajetória sociopolítica do intérprete de língua gestual portuguesa: progressos e retrocessos

Autores

  • Susana Barbosa de Sousa Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto
  • Susana Branco Agrupamento de Escolas D. Maria II – Braga
  • Ana Oliveira Universidade do Porto
  • Carla Sónia Serrão Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto https://orcid.org/0000-0001-6001-1164

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2022.e85435

Palavras-chave:

Intérpretes de língua gestual, Políticas linguísticas, Portugal, Governação

Resumo

O artigo analisa a trajetória sociopolítica que a função de intérprete de língua gestual registou nas últimas décadas, em contexto internacional e em Portugal. São destacados os movimentos de participação e de empoderamento da comunidade surda e das Associações, na defesa e garantia de direitos. Apesar do reconhecimento público, a regulamentação da profissão de intérprete em Portugal ainda não é uma realidade. A recente visibilidade desta classe profissional, em sequência do contexto pandémico, antecipa novos caminhos para a dignificação da profissão e, desta forma, para a continuidade da missão de garantia dos direitos da comunidade surda. Estas condições e circunstâncias, transversais a outras nações, inspirarão, com certeza, caminhos internacionais de favorecimento do progresso social.

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Publicado

13-12-2022

Como Citar

Barbosa de Sousa, S., Branco, S., Oliveira, A. ., & Serrão, C. S. (2022). Trajetória sociopolítica do intérprete de língua gestual portuguesa: progressos e retrocessos . Cadernos De Tradução, 42(1), 1–26. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2022.e85435

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