Nihon vai ao Oeste: explorando a não-tradução de honoríficos na legenda em inglês de um jogo digital japonês
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e87234Palavras-chave:
Tradução, Domesticação e Estrangeirização, Cultura Japonesa, HonoríficosResumo
O Japão tem uma longa tradição quando se trata de histórias em quadrinhos, séries e filmes animados e, mais recentemente, jogos digitais. Esta popularidade ganhou atenção internacional nas últimas décadas, criando um mercado para traduções do Japonês para o Inglês. Um exemplo é a versão localizada do jogo digital Yakuza 0. Friedrich Schleiermacher, e Lawrence Venuti na mesma direção, argumentam que existem, fundamentalmente, duas formas de tradução: domesticação e estrangeirização. Contudo, o que encontramos na tradução de Yakuza 0 é uma forma híbrida de tradução, o que demonstra que a questão não é unívoca. Este artigo foca no mencionado jogo digital para traçar exemplos e discutir o impacto dos honoríficos nos marcadores socioculturais e nas dinâmicas de relacionamento. Em primeiro lugar, este artigo fornece uma visão geral do sistema japonês de caracteres honoríficos, a fim de compreender por que razão os tradutores optariam por mantê-los nas legendas em inglês. Em segundo lugar, o nosso objetivo é discutir possíveis fatores que levariam os tradutores e profissionais de localização a reter estes títulos honoríficos na sua tradução. Finalmente, contribuímos para a discussão mais ampla dos fatores ideológicos e culturais que influenciam a dinâmica entre a cultura de origem e a cultura de destino, apontando para possíveis mudanças nesta relação, levando em conta a crítica de Venuti à tradução anglo-americana.
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