Traduzindo a diversidade linguística e o contexto cultural em Terra sonâmbula, de Mia Couto: estratégias de tradução e paratextos na versão chinesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e97136

Palavras-chave:

diversidade linguística, línguas indígenas, estrangeirização e domesticação, paratexto

Resumo

A diversidade linguística presente na obra Terra Sonâmbula de Mia Couto, resultante da inserção das palavras indígenas na escrita, desempenha um papel fundamental na construção do contexto cultural africano e para buscar a identidade nacional moçambicana. Para traduzir a diversidade linguística e reproduzir o contexto africano do original, a tradutora chinesa, Min Xuefei, adotou uma abordagem híbrida para lidar com as palavras indígenas. Por um lado, algumas palavras indígenas são transliteradas para permitir uma desconexão dos leitores chineses do seu próprio contexto, possibilitando a sua imergência no contexto africano da obra. Por outro lado, diante das palavras indígenas que constituem símbolos culturais africanos conhecidos pelos leitores chineses, a tradutora traduz diretamente o seu significado semântico para manter a estabilidade desses símbolos. Ao invés de consagrar a estrangeirização como a única maneira de evidenciar a diversidade linguística da obra, este artigo tenta, através da análise da tradução chinesa por Min, explora a possibilidade de combinação dos métodos estrangeirizante e domesticador para criar uma tradução acessível sem ocultar as especialidades culturais. Além disso, uma vez que a tensão linguística presente no original é difícil de transmitir diretamente na tradução, a pesquisa examina e valoriza os elementos paratextuais da versão chinesa, em que a tradutora desmascara as perspectivas do autor sobre a diversidade de línguas, especialmente em um contexto pós-colonial.

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Publicado

31-12-2023

Como Citar

Liang, Y. (2023). Traduzindo a diversidade linguística e o contexto cultural em Terra sonâmbula, de Mia Couto: estratégias de tradução e paratextos na versão chinesa. Cadernos De Tradução, 43(esp. 3), 209–232. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e97136

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