Por uma literalidade aplicável à tradução de poesia clássica chinesa
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7968.2025.e108470Palavras-chave:
Estudos da Tradução, cinematismo, Walter Benjamin, Wai-lim Yip, Serge MargelResumo
Este artigo aponta critérios para a tradução literária da poesia chinesa clássica para o português e línguas de escritas fonéticas, constatando a comum insuficiência das traduções disponíveis em relação à opulência de recursos semióticos dos originais. A partir do conceito de Wai-lim Yip de modo de apreensão e representação, retomam-se as concepções de Antoine Berman (tradução da letra) e de Haroldo de Campos (tradução do signo), apontando a necessidade de uma proposta de literalidade aplicável à poesia chinesa. Então aplica-se a teoria de Walter Benjamin sobre a evolução das artes e a representação no cinema à descrição de Wai-lim Yip do cinematismo na poética chinesa, recorrendo, ainda, a aportes de François Cheng. Conclui-se assinalando, a partir de Benjamin e Yip, a importância do trabalho a partir da sintaxe do poema chinês em tradução, para uma literalidade que recupere os recursos expressivos do original, ou seu modo de apreensão e representação.
Referências
Ahearn, B. (2003). Cathay: What sort of translation? In Z. Qian (Org.), Ezra Pound and China (pp. 32–33). University of Michigan Press.
Bardascino, A. (n.d.). Approaching East and West, words and images: Ezra Pound and the European avant-garde (1910–1920). Academia.edu.
Barthes, R. (1971). Sade, Fourier, Loyola. Seuil.
Barthes, R. (1973). Le plaisir du texte. Seuil.
Benjamin, W. (2000). Sobre alguns temas em Baudelaire (J. C. M. Barbosa & H. A. Baptista, Trads.). In J. C. M. Barbosa & H. A. Baptista (Eds.), Obras escolhidas, v. 3: Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo (pp. 103–145). Brasiliense.
Benjamin, W. (2011). A tarefa do tradutor (S. Kampff-Lages, Trad.). In S. Kampff-Lages & E. Chaves (Eds.), Escritos sobre mito e linguagem (1915-1921). Editora 34.
Benjamin, W. (2020). A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica (G. V. Silva, Trad.). In M. S-Silva (Org.), A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. L&PM.
Berman, A. (2012). A tradução e a letra ou o albergue do longínquo (2a ed., M-H. C. Torres, M. Furlan & A. Guerini, Trads.). PGET-UFSC.
Berman, A. (2014). L’âge de la traduction: “La tâche du traducteur” de Walter Benjamin, un commentaire. Col. Intempestives. PUV.
Billings, T., & Saussy, H. (2015). Cathay at 100: A Conversation. CLEAR: Chinese Literature: Essays, Articles, Reviews, 37, 161–177.
Birch, C. (1965). Anthology of Chinese literature: From early times to the fourteenth century (Vol. 1). Grove.
Butor, M. (1974). Repertório. (L. Perrone-Moisés, Trad.). Perspectiva.
Campos, A., Campos, H., & Pignatari, D. (1974/2002). Mallarmé. Perspectiva.
Campos, A., Campos H, Pignatari, D., Grünewald, J. L., & Faustino, M. (1983). Ezra Pound - Poesia. Editora UnB-Hucitec.
Campos, H. (Org.). (2000). Ideograma. Lógica, poesia, linguagem. Edusp.
Campos, H. (2013). A ReOperação do texto. Perspectiva.
Campos, H. (2015). À esquina da esquina. In M. Tápia & T. M. Nóbrega (Orgs.), Haroldo de Campos – Transcriação (pp. 105–108). Perspectiva.
Cheng, F. (1996). L’écriture poétique chinoise. Éditions du Seuil.
Chklóvsky, V. (2013). A arte como procedimento (R. L. Ferreira, Trad.). In T. Todorov (Org.), Teoria da literatura: textos dos formalistas russos (pp. 83–108). EDUNESP.
Cookson, W. (2001). A guide to the Canto of Ezra Pound. Persea Books.
Edwards, P. (Ed.). (2018). BLAST: Vorticism 1914–1918. Routledge.
Étiemble, R. (1976). Quarante ans de mon maoïsme (1934–1974). Gallimard.
Froula, C. (2003). The Beauties of Mistranslation: On Pound’s English after Cathay. In Z. Qian (Ed.), Ezra Pound and China (pp. 49–71). University of Michigan Press.
Jakobson, R. (2010). Linguística e comunicação (I. Blikstein & J. P. Paes, Trads.). Cultrix.
Jakobson, R. (2019). Linguística. Poética. Cinema (F. Achcar, Trad.). Perspectiva.
Kandinsky, W. (1996). Do espiritual na arte, e na pintura em particular. Martins Fontes.
Kenner, H. (1963). Introduction. In E. Pound, Translations (pp. 9–14). New Directions.
Kołdrzak, E. (2015). Plaisir and jouissance: The case of potential and textual reading of Barthes’ theory. Argument: Biannual Philosophical Journal, 5(1), 51–58.
Lacan, J. (1957/2003). A instância da letra no inconsciente ou a razão desde Freud. In J. Lacan, Escritos (V. Ribeiro, Trad.), (pp. 496–533). Zahar.
Margel, S. (2017). Arqueologias do fantasma: técnica, cinema, etnografia, arquivo. (M. Chamarelli & A. Dias, Trads.). Relicário.
Pinho, I. (2019). Traduzir é um ato político? Algumas considerações a partir de Walter Benjamin. Sapere Aude, 10(20), 467–483. https://doi.org/p6x3
Portugal, R. P. (2022). More 3 Ways of Looking at Wang Wei: Percurso de tradução para o português de poema clássico chinês. Qorpus, 12(4), 29–50.
Portugal, R. P. (2024). O Vórtex da tradução: Ezra Pound e a escritura poética chinesa. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Federal de Brasília-UnB.
Portugal, R. P., & Tan, X. (2024). Antologia da Poesia Clássica Chinesa – Dinastia Tang [以遗知音]. Flores Matinais [朝华].
Pound, E. (2019). Cathay: A critical Edition. (T. Billings, Ed.). Fordham University.
Pound, E. (1970). A memoir of Gaudier-Brzeska. New Directions.
Qian, Z. (1995). Orientalism and Modernism: The Legacy of China in Pound and Williams. Duke University Press.
Qian, Z. (2015). Introduction. In E. Pound, Cathay: The centennial edition. New Directions.
Silva, M. S. (2020). Introdução. (G. V. Silva, Trad.). In W. Benjamin, A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. L&PM.
Tápia, M., & Nóbrega, T. M. (Orgs.). (2015). Haroldo de Campos – Transcriação. Perspectiva.
Weinberger, E., & Paz, O. (1987). 19 Ways of Looking at Wang Wei. Asphodel Press.
Yip, W-l. (1969). Ezra Pound’s Cathay. Princeton University Press.
Yip, W.-l. (1997). Chinese poetry: An anthology of major modes and genres. Duke University Press.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Cadernos de Tradução

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista).

















































