O sol na cabeça de Geovani Martins: um estudo de crítica e tradução

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2024.e96393

Palavras-chave:

literatura brasileira traduzida, marcas da oralidade, paratexto, crítica de tradução, Geovani Martins

Resumo

O livro de estreia de Geovani Martins, O sol na cabeça (2018), foi instantaneamente recebido com elogios pela crítica, sendo divulgado pela própria editora, a Companhia das Letras, como “o novo fenômeno literário brasileiro vendido para 9 países”. Diferentemente de muitas obras brasileiras traduzidas, que levam tempo para aportar em outras línguas, o livro de Martins foi traduzido e lançado com apenas um ano de diferença para o inglês, o alemão, francês e espanhol. Este trabalho procura refletir sobre o papel da divulgação e da recepção deste livro em solo nacional e estrangeiro de língua inglesa, procurando analisar a formação de uma imagem dessa obra e do escritor através da reescrita, seja esta tanto por meio das resenhas críticas em âmbito nacional e internacional, quanto da tradução para o inglês do livro, conduzida por Julia Sanches e publicada em 2019 pela Farrar Straus & Giroux (EUA) e Faber & Faber (Reino Unido). De modo específico, na primeira parte deste artigo apresenta-se uma análise dos materiais paratextuais ao livro, tanto os presentes na própria obra, como os externos à obra, além de uma breve análise das resenhas publicadas nos primeiros meses do lançamento do livro. Na segunda parte, realiza-se uma crítica da tradução para o inglês do conto “Travessia” / “The Crossing” enfocando as estratégias que a tradutora utilizou para retextualizar as marcas de oralidade do texto-fonte. Pretende-se assim refletir sobre como um “fenômeno literário” é forjado via crítica e tradução, alinhando-se a novas visões sobre o português brasileiro e a literatura brasileira.

Referências

Alex, Eder. (2018, March 28) ‘O Sol na Cabeça’: um fenômeno pouco fenomenal. Escotilha. https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:f1ydMpDIFkYJ:https://escotilha.com.br/literatura/livro-o-sol-na-cabeca-geovani-martins-companhia-das-letras-resenha-critica/&cd=9&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

Baugh, John. (1973). Black Street Speech: Its History, Structure and Survival. University of Texas Press.

Blog da Companhia. (2018, March 2). Geovani Martins: guarde este nome. https://www.blogdacompanhia.com.br/conteudos/visualizar/Geovani-Martins-guarde-este-nome

Brasil, Ubiratan. (2018, March 2). Geovani Martins estreia na literatura com obra empolgante: jovem escritor lança 'O Sol na Cabeça' e impressiona pela precisão com que recria a realidade sem perder o colorido da imaginação. Estadão. https://www.estadao.com.br/cultura/literatura/geovani-martins-estreia-na-literatura-com-obra-empolgante/

Britto, Paulo Henriques. (2012). A Tradução Literária. Civilização Brasileira.

Companhia das Letras. (n.d.). Sobre o livro. https://www.companhiadasletras.com.br/livro/9788535930528/o-sol-na-cabeca

Conde, Miguel. (2018, March). Na travessia, ele inventou o próprio ritmo. Suplemento Pernambuco. https://www.suplementopernambuco.com.br/edi%C3%A7%C3%B5es-anteriores/72-resenha/2071-na-travessia,-ele-inventou-o-pr%C3%B3prio-ritmo.html

Cunha, Juliana. (2018, March 2). Crítica: em boa estreia, Geovani Martins não reduz as comunidades a pobreza e violência. O Globo. https://oglobo.globo.com/cultura/livros/critica-em-boa-estreia-geovani-martins-nao-reduz-as-comunidades-pobreza-violencia-22448482

Cysneiros, Maria Carolina Ramos Costa. (2019). Relatório final do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC. (Relatório não publicado). Orientadora: Carolina Paganine. Universidade Federal Fluminense.

Darin, Leila Cristina de Melo. (2023). Tradução de narrativas ficcionais: a opção estrangeirizadora de Katrina Dodson na tradução para o inglês de “Um dia a menos”, de Clarice Lispector. Cadernos de Tradução, 43(1), 1–30. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e92998

Duarte, Maurício. (2018, April 19). O sol na cabeça. Rolling Stone. https://rollingstone.uol.com.br/guia-livro/o-sol-na-cabeca/

Faraco, Carlos Alberto. (2008). Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós. Parábola.

Freitas, Luana Ferreira de. (2018). A radicalidade de Clarice Lispector traduzida para o sistema literário anglófono. Cadernos de Tradução, 38(3), 244–258. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2018v38n3p244

Genette, Gerard. Paratextos Editoriais. (2009). (Á. Faleiros, Trad.). Ateliê Editorial.

Green, Lisa J. (2002). African American English: A Linguistic Introduction. Cambridge University Press.

Liang, Yingyi. (2023). Traduzindo a diversidade linguística e o contexto cultural em Terra sonâmbula, de Mia Couto: estratégias de tradução e paratextos na versão chinesa. Cadernos de Tradução, 43(esp. 3), 209–232. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2023.e97136

Linhares, Vinícius Lourenço. (2020). Capa, orelhas e quarta capa como espaços enunciativos de promoção de obras literárias. Linguagem em (Dis)curso, 20(3), 517–532. https://doi.org/10.1590/1982-4017-200307-10919

Lucchesi, Dante. (2015). Língua e sociedade partidas: a polarização sociolinguística do Brasil. Contexto.

Maciel, Nahima. (2018, March 10). Geovani Martins é nova aposta do mercado editorial brasileiro. Correio Braziliense. https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2018/03/10/interna_diversao_arte,665082/geovani-martins-o-sol-na-cabeca.shtml

Marques, Luciana Araújo. (2018, May 1). Prosa a pino: Livro de estreia de Geovani Martins é mosaico de imagens cintilantes e sombrias. Quatro Cinco Um. https://www.quatrocincoum.com.br/br/resenhas/literatura/prosa-a-pino

Martins, Geovani. (2018a, March 6). “Como a favela me fez escritor”. Época. https://epoca.oglobo.globo.com/cultura/noticia/2018/03/geovani-martins-como-favela-me-fez-escritor.html

Martins, Geovani. (2018b). O sol na cabeça. Companhia das Letras.

Martins, Geovani. (2019). The Sun on My Head. (J. Sanches, Trad.). Faber & Faber.

Meireles, Maurício. (2018, July 28). Na Flip, espectador insinua que Geovani Martins só é incensado por morar na favela. Folha de São Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/07/na-flip-espectador-insinua-que-geovani-martins-so-e-incensado-por-morar-na-favela.shtml

Mc Duduzinho. (n.d.). A continuação. https://www.vagalume.com.br/mc-duduzinho/a-continuacao.html

Nogy, Gustavo. (2018, April 11). Muito sol na cabeça faz mal. Gazeta do Povo. https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/gustavo-nogy/muito-sol-na-cabeca-faz-mal/.

Paganine, Carolina. (2020). Pensar com O sol na cabeça de Geovani Martins: um fenômeno de crítica e tradução. [vídeo] Canal do Núcleo de Estudos em História da Tradução e Tradução Literária (NETHLIT). Youtube. https://www.youtube.com/watch?v=IzJkPXUJAWc&t=2337s

Prata, Antonio. (2018). Orelha. In Geovani Martins. O sol na cabeça. Companhia das Letras.

Pym, Anthony. (2000). Translating Linguistic Variation: Parody and the Creation of Authenticity. In Miguel A. Vega & Rafael Martín-Gaitero (Eds.), Traducción, metrópoli y diáspora (pp. 69–75). Universidad Complutense de Madrid. https://usuaris.tinet.cat/apym/on-line/research_methods/2000_authenticity.pdf

Rocha, Gustavo. (2018, April14). O universo da favela carioca: Geovani Martins tem recebido elogios por sua capacidade levar as ruas e vielas das favelas cariocas para suas páginas. O Tempo. https://www.otempo.com.br/entretenimento/magazine/o-universo-da-favela-carioca-1.1599943

Rodrigues. Sérgio. (2018, May 3). Sobre caxangas e memeias: gírias são bacanas, mas ainda bem que Geovani Martins não se limita a elas. Folha de São Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/colunas/sergio-rodrigues/2018/05/sobre-caxangas-e-memeias.shtml

Sanches, Julia. (2018, September 28). Traduzindo O sol na cabeça. Blog da Companhia. https://www.blogdacompanhia.com.br/conteudos/visualizar/Semana-dos-Tradutores-Julia-Sanches

Sanches, Julia. (n.d.) Julia Sanches. https://www.juliasanches.com/pt

Taddei, Roberto. (2018, March 2). 'O Sol na Cabeça' revela escritor capaz de ver o mundo com liberdade: Geovani Martins constrói um universo variado de personagens com dramas humanos. Folha de São Paulo. https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/03/o-sol-na-cabeca-revela-escritor-capaz-de-ver-o-mundo-com-liberdade.shtml

Teixeira, Jerônimo. (2018, May 2). Muito próximo e muito distante: a trajetória de Geovani Martins, o escritor cuja obra de estreia, sobre a vida nas favelas cariocas, já está vendida para publicação em nove países. Veja. https://veja.abril.com.br/revista-veja/muito-proximo-e-muito-distante/

Torres, Ana Carolina, & Soares, Rafael. (2018, January 11). PMs não atendem a chamados em ‘áreas de risco’. O Globo. https://oglobo.globo.com/rio/pms-nao-atendem-chamados-em-areas-de-risco-22276227

Widman, Julieta, & Zavaglia, Adriana. (2017). Domesticação e estrangeirização em duas traduções para o inglês de A paixão segundo G.H., de Clarice Lispector. Cadernos de Tradução, 37(1), 90–118. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2017v37n1p90

Downloads

Publicado

18-04-2024

Como Citar

Paganine, C. (2024). O sol na cabeça de Geovani Martins: um estudo de crítica e tradução. Cadernos De Tradução, 44(1), 1–16. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2024.e96393

Artigos Semelhantes

<< < 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.